quinta-feira, 22 de março de 2012

Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago 01/04/2012

No próximo dia 1 de Abril de 2012 será efectuada uma pequena rota circular com cerca de 15 km intitulada “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago” na Serra da Aboboreira em Soalhães.


De acordo com o site do percurso «(…) durante o trajecto percorrem-se caminhos antigos ladeados de muros de pedra, muitas vezes escavados na rocha, por sua vez sulcados pelos rodados dos carros de bois. Aqui as gentes, ainda cultivam a leira à força braçal e animal, e praticam a moenda do cereal nos moinhos de água. (…) Salpicando a paisagem podem observar-se majestosas fragas com formas finamente arredondadas, lembrando silenciosos guardiões da serra (…)».

Marcamos a actividade para as 10:30 da manhã na Tasquinha do Fumo no povoado de Almofrela em Soalhães nas seguintes coordenadas:
41°10'32.08"N (latitude) e 8° 3'25.04"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado na Tasquinha do Fumo, onde consta serem servidos pratos regionais e petiscos, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa na Tasquinha do Fumo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

À descoberta da Serra de Aire e Candeeiros | Fotos

Viajamos em direcção a Sul para descobrir um reino de pedra que se estende nas imediações de Alcobaça, terra dos monges brancos de Cister, zelada por templos e galerias profundas, num espaço repleto de paisagens infindáveis, ampliadas por uma vasta dimensão histórica que se perpetua no tempo e no horizonte.

O simples erguer do maciço calcário Entremenho a altitudes superiores a 200 metros é suficiente para o distinguir das áreas circundantes, todas elas situadas a níveis inferiores, e a subida aos pontos culminantes da Serra de Aire e Candeeiros abre horizontes insuspeitos a mais de 600 metros de altura.

Chegados a Alvados, partimos da igreja branca do pequeno povoado rumo à Fórnea, estranho fenómeno natural semelhante a um anfiteatro, com 500 metros de diâmetro e uns admiráveis 250 metros de altura, que configura um vale em forma de U formado pela erosão provocada pelas chuvas.

Depois de percorrer o interior da Fórnea, dirigimo-nos para alto do anfiteatro pela cumeada, de onde se descortinam inúmeros povoados entre a serra e o oceano, inseridos em mantos de verdura dos mais variados tons. Mas como se o relevo não bastasse para marcar a singularidade desta terra, acresce-se uma geologia característica, pautada pelos calcários que nos oferecem a secura que marca a paisagem e as formas, que quase se poderiam dizer exóticas, que caracterizam o relevo.

A permeabilidade da rocha calcária impede a presença visível de cursos de água que se escondem em grutas profundas, contribuindo assim para a sensação de nudez que se desprende das montanhas, enquanto a natureza de pedra, conjugada com os efeitos da erosão, se encarregam de conferir ao conjunto um ar vigoroso, agreste, e simultaneamente atraente.

A água que cai no solo perde-se numa vasta e complexa rede de cursos de água subterrâneos que minam o maciço em todos os sentidos. É esta tão misteriosa rede subterrânea que se vai manifestar à superfície das mais variadas formas, nomeadamente na riqueza de vegetação que perfuma o ar: o alecrim, o rosmaninho, a murta, a bela-luz, o funcho, a roselha, a dedaleira, o tojo molar, a esteva e o tomilho, conferem ao cenário uma cor especial, prestes a acentuar com a chegada da Primavera. Mas o elemento dominante da vegetação é sem dúvida a oliveira, reflexo da acção dos monges cistercienses de Alcobaça que iniciaram a sua plantação no início de século XVII.

A vida rural é ainda a habitação, o forno de pão, os abrigos, as eiras, os moinhos de vento, que apesar de abandonados, ainda sobressaem no cimo das encostas. Os granitos e os xistos tão característicos de outras regiões de Portugal deixam de ter no maciço calcário Entremenho qualquer expressão. Aqui, foi o calcário, abundante e fácil de trabalhar, que se tornou a matéria-prima por excelência para a construção.

Depois de efectuarmos um percurso magnífico com aproximadamente 16 quilómetros, dirigimo-nos até à Gruta dos Moinhos Velhos, verdadeiro nome das “Grutas de Mira de Aire”, para percorrermos 600 metros dos mais de 11 quilómetros até agora conhecidos de uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, finalizando assim um dia intenso repleto de paisagens deslumbrantes e locais secretos ao alcance de todos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

À descoberta da Serra de Aire e Candeeiros 18/03/2012

No próximo dia 18 de Março será efectuado um percurso pedestre na Serra de Aire e Candeeiros, num itinerário alternativo que permitirá explorar diversos aspectos surpreendentes destas montanhas, nomeadamente a mítica Fórnea.


O site do Município de Porto de Mós refere-se à Fórnea como sendo “um estranho fenómeno geológico que dá a ilusão de ser um anfiteatro natural.” (…) “A Fórnea assemelha-se a um enorme abatimento da crosta terrestre, começando em Chão das Pias e descendo até Alcaria. Porque os solos da Serra de Aire e Candeeiros são ocos e apresentam vácuos, puderam dar origem às grutas, mas também a este local: uma depressão de milhões de anos rodeada por cursos de água.”

O site acrescenta “na zona da várzea existe um vale de oliveiras, enquanto que no espaço envolvente se encontram duas cascatas, e duas nascentes. A zona do semi-circulo é envolvida pela Serra de Ladeiras, Pena de Águia e Cabeço Raposeiro. As erosões provocadas pelas chuvas e pelas águas nascentes criaram um cenário natural impressionante. No interior da Fórnea encontra-se a Cova da Velha, uma cavidade com uma nascente que alimenta o Ribeiro da Fórnea.”

Marcamos a actividade para as 11:00 da manhã do dia 18 de Março na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Consolação em Alvados nas seguintes coordenadas:
39°32'54.32"N (latitude) e 8°46'13.20"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

À descoberta da Freita | Fotos

Desta vez dirigimo-nos até às imediações de Arouca, para uma nova abordagem à Freita e ao seu monumental Geoparque, reconhecido pelo excepcional património geológico de relevância internacional, associado a uma intensa riqueza arqueológica, ecológica, histórica e etnográfica.

Começamos o nosso itinerário em Fuste, atravessando este pequeno povoado rural através da Rota do Ouro Negro. Após alguns estradões florestais ensolarados, passamos em frente a dezenas de entradas de minas rudimentares de volfrâmio ladeadas por um vale profundo e encaixado, onde o majestoso ribeiro da Pena Amarela recebe a água do ribeiro da Covela, que ali chega por um leito em escadaria formando cascatas.

Ainda na zona de mineração, atravessamos o ribeiro da Pena Amarela numa pequena ponte de madeira, para iniciar uma subida por um carreiro tradicional que nos conduziria ao lugar de Rio de Frades, inicio oficial do Caminho do Carteiro.

Esta pequena aldeia esquecida da Freita, no tempo da II Guerra Mundial foi palco de uma coexistência surpreendente pacífica de alemães e ingleses, na exploração das respectivas minas de volfrâmio. Desse período restam ruínas fantasma de um passado mineiro misturadas agora com a arquitectura rural e com as gentes serranas que ainda por lá habitam, que nos acolheram num café hospitaleiro, que permitiu retemperar forças para a magnífica ascensão que se avizinhava.

Depois de passarmos por algumas galerias das antigas minas e respectivas cascalheiras, prosseguimos, durante algum tempo, pela curva de nível, sem subir, nem descer, à vista do Rio Frades que corre, ao fundo, tumultuoso, em sucessivos meandros, por entre gargantas apertadas. Logo de seguida, iniciamos uma suave descida que nos conduziu ao pequeno pontão através do qual é feita a travessia do Rio.

Dobrado o Rio, iniciamos a subida constante até Cabreiros. À entrada do lugar, deparamo-nos com a escola primária, edifício simples da década de sessenta do século passado, depois da qual tomamos o caminho da direita que nos conduziu até Tebilhão.

O trajecto entre as duas aldeias foi de rara beleza, repleto de paisagens monumentais: do lado de Cabreiros avistam-se as deslumbrantes leiras em socalcos de Tebilhão, do lado de Tebilhão avistam-se o casario da velha aldeia de Cabreiros e o verde que cobre os seus múltiplos e pequenos campos de cultivo. Cenários impressionantes que fazem ao visitante meditar no esforço hercúleo que, ao longo dos tempos, seres humanos aí residentes, tiveram que fazer para dominar a montanha agreste e dura e construir nela uma bucólica paisagem que enfeitiça o olhar.

O regresso a Fuste foi efectuado através de um caminho alternativo, com estrada e estradões antigos de terra, que nos ofereceram vastas panorâmicas sobre a Freita, num final de tarde único, pontuado pelo movimento lento das eólicas sobre os ermos e pelo sopro da brisa fresca em jeito de epílogo de mais uma Evasão notável em terras lusas.