segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cidade da Calcedónia | Fotos

O trilho surpreendeu, cansou e encantou. Apesar da temperatura primaveril, o sol acompanhou-nos toda a tarde, quase fazendo acreditar que estávamos algures no Verão.

Desta vez fornecemos as coordenadas de inicio do trilho no Evasão Verde, o que permitiu a alguns caminheiros deslocaram-se directamente para Covide, reduzindo-se assim a fila interminável de carros "em marcha" para o local da caminhada.

O trilho principiou por uma área arborizada, acompanhando um curso de água que conduziu-nos às montanhas rochosas que nos aguardavam. Depois de atravessarmos um ribeiro, iniciamos a longa subida até à Calcedónia.

As palavras do Miguel (Torga) no seu 6º diário ilustram bem esta subida, dispensando palavras supérfluas: “A subida à Calcedónia, uma das coroas de gloria cá da terra. A tarde estava como um veludo, e as fragas, amolecidas pela luz, pareciam broas de pão a arrefecer. Do alto, a paisagem à volta era dum aconchego de berço. Muros sucessivos de cristas — círculos concêntricos de esterilidade — envolviam e preservavam a solidão. Nas vezeiras, resignadas, as rezes esmoíam os tojos como quem ajeita um cilício ao corpo. E mais uma vez me inundou a emoção de ter nascido nesta pequena pátria pedregosa que é Portugal. Há nessa condenação como que uma graça dos deuses.

Por entre pedras e paisagem, com as flores sempre presentes e a imensidão do relevo no horizonte, atingimos a mítica fenda.

Apesar da caminhada ter corrido bem, o trilho apresenta algumas dificuldades que requerem dos participantes alguma robustez física para que as várias dificuldades da montanha sejam vencidas com sucesso.

Convém referir, que após a passagem pela fenda, percorremos um trilho paralelo ao maciço onde a fenda se encontra que nos conduziu com facilidade novamente à entrada da gruta. Aqui optamos por regressar ao ponto inicial do trilho pelo mesmo caminho anteriormente efectuado, uma vez que o trajecto que fechava o “círculo da caminhada” apresentava uma marcação duvidosa, conduzindo-nos para duas opções pouco promissoras para um grupo grande, com uma ampla faixa etária e diferentes níveis de preparação: (i) uma passagem através do alto das fragas para contornar a Calcedónia de regresso a Covide (supostamente o trilho oficial), ou (ii) uma descida através de um vale repleto de vegetação densa (supostamente o trilho não oficial, mas um caminho possível para efectuar o regresso à aldeia). Uma vez que por vezes “o óptimo é inimigo do bom”, a 3 km do fim optamos por regressar pelo caminho por onde viemos, percorrendo mais 5 km do que o previsto.

Uma nova Evasão à Calcedónia será agendada para breve.

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