terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rota das Laranjeiras | Fotos

Após efectuarmos o Trilho Medieval de Vouzela, dirigimo-nos até Sever do Vouga, para efectuarmos os 9,5 km de extensão da Rota das Laranjeiras.

Iniciamos o percurso na estrada nacional, perto da Igreja Matriz de São Martinho em Pessegueiro do Vouga, dirigindo-nos para o Calvário pela rua do Alto da Forca e depois por uma vereda. Do Calvário obtivemos uma bela panorâmica sobre os lugares que constituem o núcleo principal de Pessegueiro do Vouga e sobre as terras de Paradela.

Descemos até à estrada nacional pela rua do Calvário, seguindo de imediato, à direita, uma rua que nos conduziu por antigos caminhos entre quintais que descendo atingem o largo de Santo António pela ruela do Ribeiro do Sóligo.

Pela rua da Bandeira rapidamente chegamos à capela de Santa Quitéria, seguindo por um caminho que se desenvolveu pelo lado esquerdo da escadaria rumo à floresta, conduzindo-nos até à antiga via-férrea do Vouga.

A partir daqui o percurso desenvolveu-se pela antiga linha, agora em forma de asfalto, reservada a trânsito pedestre, equestre e ciclista, até se chegar à ponte do Poço São Tiago, antiga passagem ferroviária com arcos, do princípio do século XX, construída em alvenaria.

Atravessada a ponte, seguimos até à estação de Paradela e à antiga Fábrica de Massas Alimentícias "Vouga", que agora atravessam obras de requalificação urbanística. Posteriormente, descemos pela estrada nacional EN 328, passando pelo acesso à Quinta do Barco (praia fluvial e parque de diversões), atravessando outra vez o Vouga, seguindo pela estrada nacional 16 ao longo do rio.

Do lado direito da rua seguimos por uma estreita ruela em escadaria (a calçada da Barquinha), que segue depois por um estreito caminho entre quintais salpicados de laranjeiras. Depois de chegarmos ao lugar da Barquinha, em escadaria sobre o Vouga, continuamos a subida através de um caminho antigo que atravessa diversos campos até Porto Carro, dirigindo-nos posteriormente até Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga.

A umas centenas de metros mais adiante, na estrada nacional, as nossas viaturas aguardavam-nos debaixo de uma laranjeira deliciosamente perfumada, anunciando o final de um dia rico em coloridas paisagens rurais que merecem ser percorridas.

Trilho Medieval | Fotos

Começamos o dia com um pequeno percurso circular de aproximadamente 8 km, com início no Largo do Cruzeiro, bem no centro de Cambra. Aqui, o cenário envolvente atesta um passado rico em história, patente no imponente brasão do solar de Cambra, uma casa oitocentista com capela.

Seguimos em direcção à Igreja Paroquial de Cambra, edifício barroco do século XVIII, ornado por duas torres sineiras, apresentando uma interessante fachada revestida de azulejos azuis. O trajecto seguiu pelo “caminho do Calvário”, em direcção a Cambra de Baixo.

Neste troço, embelezado por um aqueduto em pedra, a ruralidade está patente na paisagem. Chegados a Cambra de Baixo, encantadora pelo cinzento granítico das suas casas, tomamos rumo em direcção ao ex-líbris desta freguesia: a Torre Medieval de Cambra. Esta ligação é feita por uma quelha murada, muito estreita, que conecta a dita povoação e a Torre, atravessando o rio Alfusqueiro por uma poldra.

Após uma pequena paragem para fotografar a Torre, prosseguimos a marcha para a Cova do Lobisomem. Percorremos então alguns metros, num acesso junto à A25, até entrarmos num caminho antigo que nos conduziu à antiga fábrica do queijo, junto à povoação de Tourelhe. Aqui, as casas em pedra e os espigueiros voltam a fazer parte da paisagem.

O trajecto seguiu por uma calçada que nos encaminhou para o rio Alfusqueiro, atravessado uma bela ponte em pedra, em direcção a Confulcos. Daqui, partimos por uma vereda murada muito estreita que nos conduziu até às margens de um pequeno afluente do rio Alfusqueiro. De singela beleza, este recanto é propício a uma paragem.

Prosseguimos o trilho e em breve atingimos uma estrada de asfalto, que percorremos até uma calçada de acesso a uma pequena quelha entre campos agrícolas. As marcas vermelhas e amarelas orientaram-nos até à povoação de Caveirós-de-cima por um caminho rodeado de frondosos carvalhos. Caveirós-de-baixo surgiu logo a seguir, servindo de passagem para o final do Trilho Medieval, no Largo do Cruzeiro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Trilho Medieval e Rota das Laranjeiras 26/12/2011

Na próxima Evasão vamos levar a doçaria de Natal na mochila, para deliciar os sentidos, enquanto percorremos dois trilhos mais a Sul: O Trilho Medieval de Vouzela, e a Rota das Laranjeiras de Sever do Vouga.

No dia 26 de Dezembro pela manhã, o “Trilho Medieval” irá guiar-nos por alguns dos mais belos recantos da freguesia de Cambra. Este percurso circular, com cerca de 8 km, tem início no Largo do Cruzeiro, bem no centro de Cambra. O cenário envolvente atesta um passado rico de história, que se desenvolverá ao longo de aquedutos de pedra, passando pela Torre Medieval de Cambra de Baixo, seguindo posteriormente até à “Cova do Lobisomem” onde, segundo a lenda, o “enorme monstro peludo se refugiava do olhar dos homens”.


Durante a tarde, a Evasão será laranja, limão e tangerina. Conforme solicitado por ilustres camaradas de caminhadas, vamos repetir a "Rota das Laranjeiras” em Sever do Vouga.

Para além de ser um trilho perfumado com o aroma de citrinos, os 9,5 km que vamos percorrer são bastante fáceis, ideais para estreantes no trekking de todas as idades, sem lesões músculo-esqueléticas graves, conjugando vários elementos interessantes: (i) vivências rurais, com passagem em aldeias e áreas de cultivo; (ii) passagem por um troço florestal fácil e largo, sem obstáculos, onde será fácil arranjar bastões de caminhada; (iii) linha de comboio desactivada, convertida em ciclovia, onde os túneis e a ponte sobre o Vouga, com vista para a Serra, é um espaço óptimo para a fotografia; (iv) arvores carregadas de fruta que perfumam o caminho e dão cor à paisagem; (v) ruínas de uma era industrial antiga, pertencentes à antiga fábrica de “Massas do Vouga”, que nos transportam numa viagem no tempo (convém referir que estas instalações estão a ser convertidas num pólo tecnológico que valorizará a região de Sever do Vouga na próxima década).


Marcamos a actividade para as 09:30 da manhã, em frente à Igreja de Cambra em Vouzela, nas seguintes coordenadas:
40°41'5.78"N (latitude) e 8°9'15.32"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

sábado, 17 de dezembro de 2011

À descoberta da Serra de Arga | Fotos

No dia 11 de Dezembro de 2011 seguimos rumo Norte, até à Serra de Arga, para efectuar um trilho que revelou uma amostra significativa dos diversos atributos culturais e naturais deste local tão especial de Portugal.

A Arga encontra-se em território de quatro concelhos: Caminha, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Contudo, o concelho de Caminha é aquele que possui em melhor estado de conservação, quer o património natural quer o seu património humano, encontrando-se muito bem representado pelas aldeias pastoris conhecidas pelas “Argas”: Arga de S. João, Arga de Baixo e Arga de Cima.

Pode-se dizer que a Serra de Arga emerge entre as margens do rio Lima e do rio Coura. Trata-se de um grande maciço de granito de grão grosseiro que se eleva abruptamente dos terrenos xistosos que o rodeiam, destacando-se de muito longe pela sua forma.

A Arga é atravessada por inúmeros regatos e rios que nas suas zonas mais elevadas nascem, percorrendo toda a serra e desembocando no rio Coura e no rio Lima, com as suas belíssimas quedas de água e os ribeiros que correm desenfreadamente entre os importantes caos de blocos graníticos, formando nos seus leitos refrescantes piscinas naturais.

Além das três freguesias caminhenses que tomaram o nome da Serra, outras povoações floresceram ao seu redor, apresentando modos de vida, formas de cultura, tradições e costumes muito semelhante. Desde tempos imemoráveis as gentes da terra serviram-se dos fartos recursos naturais da serra, quer colhendo matos para lenha e para as camas do gado, quer pastando o gado nas suas amplas e férteis chãs, quer ainda utilizando a sua água, tão pura e salutar, ou ainda aproveitando as suas encostas que trabalhando-as arduamente, as transformaram em terrenos de cultivo, dispostos em socalcos, onde é possível colher algum milho e hortaliças.

A arborização característica da Serra de Arga não é representativa, porém nos lugares próximos dos povoados encontram-se carvalhos, sobreiros, pinheiros, amieiros, bétulas, castanheiros e oliveiras. Estas espécies encontram-se de forma muito singular nesta Serra, constituindo pequenos bosques com grande diversidade florística. No que respeita a arbustos, predomina o tojo e as urzes, em menor quantidade encontra-se o loureiro, o medronheiro e o azevinho.

A Arga destaca-se a nível da conservação da natureza por apresentar uma elevada biodiversidade, a qual permitiu a sua inclusão na Rede Natura 2000, sendo digno de salientar a existência de espécies de elevado valor no que respeita à sua conservação, tais como o Lobo, o Gato-bravo, a Lontra, o Corço, a Toupeira de água, entre outros.

No entanto não avistamos nenhum destes habitantes. Talvez o dia tenha estado demasiado ameaçador de uma chuva que nunca se chegou a sentir em demasia, mas que emprestou à paisagem uma mística própria, que as fotografias procuram ilustrar.