terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rota das Laranjeiras | Fotos

Após efectuarmos o Trilho Medieval de Vouzela, dirigimo-nos até Sever do Vouga, para efectuarmos os 9,5 km de extensão da Rota das Laranjeiras.

Iniciamos o percurso na estrada nacional, perto da Igreja Matriz de São Martinho em Pessegueiro do Vouga, dirigindo-nos para o Calvário pela rua do Alto da Forca e depois por uma vereda. Do Calvário obtivemos uma bela panorâmica sobre os lugares que constituem o núcleo principal de Pessegueiro do Vouga e sobre as terras de Paradela.

Descemos até à estrada nacional pela rua do Calvário, seguindo de imediato, à direita, uma rua que nos conduziu por antigos caminhos entre quintais que descendo atingem o largo de Santo António pela ruela do Ribeiro do Sóligo.

Pela rua da Bandeira rapidamente chegamos à capela de Santa Quitéria, seguindo por um caminho que se desenvolveu pelo lado esquerdo da escadaria rumo à floresta, conduzindo-nos até à antiga via-férrea do Vouga.

A partir daqui o percurso desenvolveu-se pela antiga linha, agora em forma de asfalto, reservada a trânsito pedestre, equestre e ciclista, até se chegar à ponte do Poço São Tiago, antiga passagem ferroviária com arcos, do princípio do século XX, construída em alvenaria.

Atravessada a ponte, seguimos até à estação de Paradela e à antiga Fábrica de Massas Alimentícias "Vouga", que agora atravessam obras de requalificação urbanística. Posteriormente, descemos pela estrada nacional EN 328, passando pelo acesso à Quinta do Barco (praia fluvial e parque de diversões), atravessando outra vez o Vouga, seguindo pela estrada nacional 16 ao longo do rio.

Do lado direito da rua seguimos por uma estreita ruela em escadaria (a calçada da Barquinha), que segue depois por um estreito caminho entre quintais salpicados de laranjeiras. Depois de chegarmos ao lugar da Barquinha, em escadaria sobre o Vouga, continuamos a subida através de um caminho antigo que atravessa diversos campos até Porto Carro, dirigindo-nos posteriormente até Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga.

A umas centenas de metros mais adiante, na estrada nacional, as nossas viaturas aguardavam-nos debaixo de uma laranjeira deliciosamente perfumada, anunciando o final de um dia rico em coloridas paisagens rurais que merecem ser percorridas.

Trilho Medieval | Fotos

Começamos o dia com um pequeno percurso circular de aproximadamente 8 km, com início no Largo do Cruzeiro, bem no centro de Cambra. Aqui, o cenário envolvente atesta um passado rico em história, patente no imponente brasão do solar de Cambra, uma casa oitocentista com capela.

Seguimos em direcção à Igreja Paroquial de Cambra, edifício barroco do século XVIII, ornado por duas torres sineiras, apresentando uma interessante fachada revestida de azulejos azuis. O trajecto seguiu pelo “caminho do Calvário”, em direcção a Cambra de Baixo.

Neste troço, embelezado por um aqueduto em pedra, a ruralidade está patente na paisagem. Chegados a Cambra de Baixo, encantadora pelo cinzento granítico das suas casas, tomamos rumo em direcção ao ex-líbris desta freguesia: a Torre Medieval de Cambra. Esta ligação é feita por uma quelha murada, muito estreita, que conecta a dita povoação e a Torre, atravessando o rio Alfusqueiro por uma poldra.

Após uma pequena paragem para fotografar a Torre, prosseguimos a marcha para a Cova do Lobisomem. Percorremos então alguns metros, num acesso junto à A25, até entrarmos num caminho antigo que nos conduziu à antiga fábrica do queijo, junto à povoação de Tourelhe. Aqui, as casas em pedra e os espigueiros voltam a fazer parte da paisagem.

O trajecto seguiu por uma calçada que nos encaminhou para o rio Alfusqueiro, atravessado uma bela ponte em pedra, em direcção a Confulcos. Daqui, partimos por uma vereda murada muito estreita que nos conduziu até às margens de um pequeno afluente do rio Alfusqueiro. De singela beleza, este recanto é propício a uma paragem.

Prosseguimos o trilho e em breve atingimos uma estrada de asfalto, que percorremos até uma calçada de acesso a uma pequena quelha entre campos agrícolas. As marcas vermelhas e amarelas orientaram-nos até à povoação de Caveirós-de-cima por um caminho rodeado de frondosos carvalhos. Caveirós-de-baixo surgiu logo a seguir, servindo de passagem para o final do Trilho Medieval, no Largo do Cruzeiro.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Trilho Medieval e Rota das Laranjeiras 26/12/2011

Na próxima Evasão vamos levar a doçaria de Natal na mochila, para deliciar os sentidos, enquanto percorremos dois trilhos mais a Sul: O Trilho Medieval de Vouzela, e a Rota das Laranjeiras de Sever do Vouga.

No dia 26 de Dezembro pela manhã, o “Trilho Medieval” irá guiar-nos por alguns dos mais belos recantos da freguesia de Cambra. Este percurso circular, com cerca de 8 km, tem início no Largo do Cruzeiro, bem no centro de Cambra. O cenário envolvente atesta um passado rico de história, que se desenvolverá ao longo de aquedutos de pedra, passando pela Torre Medieval de Cambra de Baixo, seguindo posteriormente até à “Cova do Lobisomem” onde, segundo a lenda, o “enorme monstro peludo se refugiava do olhar dos homens”.


Durante a tarde, a Evasão será laranja, limão e tangerina. Conforme solicitado por ilustres camaradas de caminhadas, vamos repetir a "Rota das Laranjeiras” em Sever do Vouga.

Para além de ser um trilho perfumado com o aroma de citrinos, os 9,5 km que vamos percorrer são bastante fáceis, ideais para estreantes no trekking de todas as idades, sem lesões músculo-esqueléticas graves, conjugando vários elementos interessantes: (i) vivências rurais, com passagem em aldeias e áreas de cultivo; (ii) passagem por um troço florestal fácil e largo, sem obstáculos, onde será fácil arranjar bastões de caminhada; (iii) linha de comboio desactivada, convertida em ciclovia, onde os túneis e a ponte sobre o Vouga, com vista para a Serra, é um espaço óptimo para a fotografia; (iv) arvores carregadas de fruta que perfumam o caminho e dão cor à paisagem; (v) ruínas de uma era industrial antiga, pertencentes à antiga fábrica de “Massas do Vouga”, que nos transportam numa viagem no tempo (convém referir que estas instalações estão a ser convertidas num pólo tecnológico que valorizará a região de Sever do Vouga na próxima década).


Marcamos a actividade para as 09:30 da manhã, em frente à Igreja de Cambra em Vouzela, nas seguintes coordenadas:
40°41'5.78"N (latitude) e 8°9'15.32"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

sábado, 17 de dezembro de 2011

À descoberta da Serra de Arga | Fotos

No dia 11 de Dezembro de 2011 seguimos rumo Norte, até à Serra de Arga, para efectuar um trilho que revelou uma amostra significativa dos diversos atributos culturais e naturais deste local tão especial de Portugal.

A Arga encontra-se em território de quatro concelhos: Caminha, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira. Contudo, o concelho de Caminha é aquele que possui em melhor estado de conservação, quer o património natural quer o seu património humano, encontrando-se muito bem representado pelas aldeias pastoris conhecidas pelas “Argas”: Arga de S. João, Arga de Baixo e Arga de Cima.

Pode-se dizer que a Serra de Arga emerge entre as margens do rio Lima e do rio Coura. Trata-se de um grande maciço de granito de grão grosseiro que se eleva abruptamente dos terrenos xistosos que o rodeiam, destacando-se de muito longe pela sua forma.

A Arga é atravessada por inúmeros regatos e rios que nas suas zonas mais elevadas nascem, percorrendo toda a serra e desembocando no rio Coura e no rio Lima, com as suas belíssimas quedas de água e os ribeiros que correm desenfreadamente entre os importantes caos de blocos graníticos, formando nos seus leitos refrescantes piscinas naturais.

Além das três freguesias caminhenses que tomaram o nome da Serra, outras povoações floresceram ao seu redor, apresentando modos de vida, formas de cultura, tradições e costumes muito semelhante. Desde tempos imemoráveis as gentes da terra serviram-se dos fartos recursos naturais da serra, quer colhendo matos para lenha e para as camas do gado, quer pastando o gado nas suas amplas e férteis chãs, quer ainda utilizando a sua água, tão pura e salutar, ou ainda aproveitando as suas encostas que trabalhando-as arduamente, as transformaram em terrenos de cultivo, dispostos em socalcos, onde é possível colher algum milho e hortaliças.

A arborização característica da Serra de Arga não é representativa, porém nos lugares próximos dos povoados encontram-se carvalhos, sobreiros, pinheiros, amieiros, bétulas, castanheiros e oliveiras. Estas espécies encontram-se de forma muito singular nesta Serra, constituindo pequenos bosques com grande diversidade florística. No que respeita a arbustos, predomina o tojo e as urzes, em menor quantidade encontra-se o loureiro, o medronheiro e o azevinho.

A Arga destaca-se a nível da conservação da natureza por apresentar uma elevada biodiversidade, a qual permitiu a sua inclusão na Rede Natura 2000, sendo digno de salientar a existência de espécies de elevado valor no que respeita à sua conservação, tais como o Lobo, o Gato-bravo, a Lontra, o Corço, a Toupeira de água, entre outros.

No entanto não avistamos nenhum destes habitantes. Talvez o dia tenha estado demasiado ameaçador de uma chuva que nunca se chegou a sentir em demasia, mas que emprestou à paisagem uma mística própria, que as fotografias procuram ilustrar.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Rota do Linho e dos Laranjais | Fotos

O ponto de partida do nosso percurso foi o Parque do Santuário do Coração de Maria. O trilho desenvolveu-se pela encosta da Serra, atravessando algumas zonas agrícolas e outras com grandes manchas de carvalhos, eucaliptos e pinheiros bravos, onde pontualmente foram aparecendo sobreiros e medronheiros.

Atravessando caminhos rurais, além do modo tradicional de trabalhar a agricultura, pode observar-se também alguns campos de produção de linho. De acordo com os painéis informativos do percurso, “a indústria linheira afirmou-se como uma actividade caseira, individual, dispersa, servida por uma técnica artesanal arcaica, que mais tarde veio a ganhar uma grande relevância na região”.

Seguimos ao longo de pequenos ribeiros de água fresca e cristalina que descem as encostas do Caramulo, revelando-se o habitat de uma grande diversidade de fauna e flora. Aqui a complexa vegetação rasteira cresce à sombra dos carvalhos, freixos, amieiros, pinheiros e eucaliptos, enquanto nos recantos mais húmidos e sombrios despontam os fetos.

Nas margens dos ribeiros encontramos diversos moinhos em granito suspensos no tempo e nos musgos verdes que lhes dão cor. Embora estas construções tenham perdido o protagonismo de outrora, ainda hoje, por aqui, os curso de água permanecem ladeados por estas estruturas que, aproveitando os desníveis da água transformavam o cereal em alimento. Consta que alguns, ainda que poucos, continuam em funcionamento.

Entrando no troço correspondente à rota dos laranjais, descobrimos diversos placares informativos com a história da chegada da laranja ao nosso país. Ficamos a saber que a laranjeira é originária da Ásia, tendo sido trazidas da China em 1593 as melhores variedades, contribuindo assim para a presença destas árvores na região.

O nosso trilho conduziu-nos a Castelões, em tempos terra de “gente nobre e de grande importância”. Uma marca desta fidalguia está patente no solar da Quinta da Cruz, que o tempo logrou deixar ao abandono, levando-o a um estado de acentuada ruína.

Passamos pelo majestoso cruzeiro da Quinta da Cruz, que alude a um evento típico desta região: a Festa das Cruzes, realizada na quinta-feira da Ascensão no Guardão. Esta festa começa no lugar da capela de São Bartolomeu, onde outrora existiu um castro, local onde se concentram gentes de várias freguesias comemorando a estrondosa vitória alcançada contra os mouros, cujo castelo foi tomado e assaltado pelos habitantes desta freguesia (e diz-se serem os de Castelões o primeiros ao assalto, e por isso os mais valentes).

Percorrendo o Vale de Besteiros, local onde Briceu, rei lusitano acampou e recrutou os dois mil guerreiros com os quais subiu a serra ao encontro dos mouros, percebemos o porquê desta festa milenar, que alude ao “abraço” dado pelo povo de Guardão aos soldados que ali lutaram. Segundo consta, após a vitória, o povo acorreu à igreja para agradecer ao divino, iniciando uma tradição que hoje se mantém com a “procissão das cruzes”.

Saboreamos diversas laranjas, enquanto percorríamos pequenos pomares e laranjais dispersos entre as galerias de vegetação ribeirinha dos cursos de água. No entanto, as laranjas estavam um pouco ácidas (mas bem vitaminadas). Mais tarde constatou-se, depois de uma pesquisa bibliográfica, que os melhores meses para saborear as laranjas do Caramulo são Maio e Agosto, uma vez que esta região é caracterizada pela produção da chamada “laranja tardia” (a confirmar em novas visitas).

Finalizamos o trilho ao final da tarde, no santuário onde horas antes havíamos partido. Para terminar o dia em grande, demos um salto ao Caramulinho para desfrutar de um por de sol sublime sobre uma terra que têm muito para oferecer a quem a desejar conhecer através dos seus excepcionais percursos pedestres.

domingo, 4 de dezembro de 2011

À descoberta da Serra de Arga 11/12/2011

No próximo dia 11 de Dezembro de 2011 será efectuado um trilho com aproximadamente 12 quilómetros na Serra de Arga, perto de Caminha, em parceria com o grupo all GREEN.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, na Igreja de Arga de Baixo, nas seguintes coordenadas:
41°50'42.02"N (latitude) e 8°42'49.94"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Rota do Linho e dos Laranjais 08/12/2011

No próximo dia 8 de Dezembro de 2011 será efectuado um percurso pedestre no Caramulo, que reúne a Rota dos Laranjais e a Rota do Linho, num trilho único com uma extensão de aproximadamente 15 quilómetros.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, no Santuário do Coração de Maria, nas seguintes coordenadas:
40°32'49.60"N (latitude) e 8°9'27.00"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Rota do Maroiço | Fotos

Os dias chuvosos de Outono revelam aspectos únicos na paisagem que importa desvendar. Os amarelos, vermelhos e laranja das folhas; os doces dióspiros suspensos nas árvores aguardando uma suculenta dentada; os pequenos ribeiros transbordantes de água e fragrâncias a ervas aromáticas que tão bem temperam os “panelões” que tranquilamente fumegam pelas chaminés das aldeias... são motivos mais que suficientes para acordar cedo e zarpar rumo a um país secreto.

Os caminhos enlameados, pontuados com pequenos charcos, reflectem rasgos de céu, onde correm rápidas as nuvens em dias curtos, onde a noite chega sorrateiramente às cinco da tarde, transformando pequenos bosques lusitanos, em florestas enfeitiçadas, onde as arvores parecem não ter fim no manto de escuridão.

Nas serranias de Fafe, o vento faz-se sentir nos ossos e nas enormes pás das eólicas que giram rapidamente, fustigadas por gotículas de nuvens, gerando a energia que alimenta os povoados que se avistam mais abaixo. Depois de uma subida ao alto do Maroiço, por caminhos rurais alagados, e um trilho serpenteante pela serra, atravessamos um planalto que nos conduziu à mítica Lage Branca, ponto de observação por excelência da magnificência do Gerês, um pouco dissolvida nas brumas de um dia chuvoso, que mesmo assim revelou aspectos deliciosos de uma paisagem vasta e preciosa.

Na descida da Serra, encontramos vários grupos de cavalos castanhos cruzando o nosso caminho, logo desaparecendo entre as nuvens e os penedos esboroados que polvilham o topo dos montes.

Depois de uma paragem numa taberna minhota acolhedora, para provar o pão e o verde tinto da terra, seguimos por velhos estradões de terra e pedras, mergulhando em vales abrigados por uma galeria ribeirinha rica em carvalhos e castanheiros antigos, ladeando velhos moinhos e muros cinzentos, salpicados por folhas coloridas e pela suave neblina de um anoitecer iminente.

Atravessando os regatos de pedra em pedra, por caminhos especialmente intimistas, ricos em biodiversidade, chegamos já de noite à Queimadela, com a certeza que iremos regressar muitas mais vezes para percorrer este excepcional percurso, repleto de natureza e tradição.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Rota do Maroiço 01/12/2011

No próximo dia 1 de Dezembro de 2011 será efectuado um percurso circular com aproximadamente 21 quilómetros nas serranias de Fafe: A Rota do Maroiço.

Com diversos pontos de interesse, começa por bordejar as águas tranquilas da albufeira da barragem da Queimadela, seguindo pelos caminhos tradicionais dos pastores, passando pelos núcleos rurais de Monte, Casal de Estime, Luílhas e Queimadela. O trilho acompanha diversos cursos de água e sobe ao alto da Serra do Maroiço (847 metros de altitude) de onde se pode observar um vasto panorama.

Na Laje Branca pode contemplar-se uma das mais bonitas paisagens do vale do rio Ave: a albufeira do Ermal. Sem grande esforço, ainda se consegue avistar o castelo de Póvoa de Lanhoso e o santuário do Sameiro, com as serras do Gerês e da Cabreira como pano de fundo.

Neste percurso, viajaremos até uma época em que ainda funcionam os moinhos de água. Aguarda-nos uma natureza intocada, uma fauna e flora riquíssimas, paisagens verdejantes, muros de pedra cobertos de musgo e extensos carvalhais.

Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, na entrada do parque de campismo da Queimadela, nas seguintes coordenadas:
41°30'12.64"N (latitude) e 8°9'43.26"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Rota das Cruzes | Fotos

O Outono empresta à terra uma certa intimidade única e peculiar. Depois de percorrermos a Rota dos Caleiros, abandonamos o Caramulinho e seguimos para o Parque Jerónimo Lacerda, ponto de partida para a Rota da Cruzes.

A meio da tarde, com o sol numa rota rápida rumo ao horizonte alto das montanhas que nos rodeavam, iniciamos o nosso trilho pela calçada que atravessa parte do parque e que nos conduziu aos primeiros caminhos florestais, em direcção a Guardão, localidade que dá o nome à freguesia. Seguindo pela Calçada Romana, com as cores quentes de final de tarde de um Outono luminoso, descobrimos lugares mágicos, repletos cogumelos, musgos e arvores antigas espreguiçando-se sobre os carreiros e riachos que cruzem um Caramulo diferente daquele que havíamos conhecido de manhã.

Pela calçada milenar, parte de uma das sete vias principais que saíam de Viseu e permitiam o acesso ao litoral, e ao Caminho dos Cruzeiros, chegamos à estrada principal que dá acesso a Janardo. Nesta povoação à qual já assentou a honra de ser cabeça do velho concelho do Guardão, onde ainda existem os edifícios onde se procedia a todos actos municipais, destacam-se a Casa da Câmara e o Tribunal, ambos edifícios em pedra talhada, hoje pertencentes a particulares, construídos no ano de 1735.

É tempo de enveredar pelos caminhos agrícolas e poucos metros à frente começaram a surgir os primeiros sinais de uma das celebrações religiosas mais importantes da zona - a Festa das Cruzes. Os pilares com a inscrição do nome das freguesias envolvidas na celebração vão-se sucedendo ao longo do caminho pela ordem da sua chegada na quinta-feira da ascensão de cada ano, até chegarmos à Capela de S. Bartolomeu.

Nas proximidades encontra-se um cruzeiro, num ponto magnífico de observação do Vale de Besteiros simbolizando a protecção divina que teria sido concedida à população do Guardão. É junto a este cruzeiro que no dia da Festa das Cruzes os fiéis formando uma procissão com as cruzes, fazem as suas orações. Neste local situa-se também um castro, onde foram encontradas moedas de ouro e peças de cerâmica, aqui deixados por antigas civilizações que aqui se instalaram.

Para continuar o percurso, há que retomar o caminho junto aos pilares graníticos.

Adiante atravessamos a Ribeira do Xudruro sobre uma ponte de origem românica, e subimos a encosta, sempre com o cenário de uma incrível beleza natural, até chegar à capela de Santa Luzia, no Carvalhinho. No Largo do Lameirão, abandonamos a aldeia e voltamos aos trilhos da Serra em direcção a Cadraço.

Continuando o percurso deparamo-nos com uma sucessão de paisagens, desde a pastagem onde o gado livremente se alimenta em parcelas delimitadas por muretes de granito pacientemente construídas em tempos idos, logo ao lado de grandes extensões de vegetação rasteira típica de altitude, até uma extensão considerável de carvalhal em que marcam presença o carvalho negral e o carvalho alvarinho, após a qual nos deparamos com zonas agrícolas, já à chegada a Ceidão.

Ainda por caminhos florestais passamos por Pinhal Novo já ao anoitecer, regressando à vila do Caramulo no limiar da escuridão. Esta vila situa-se na vertente oriental da Serra e é ainda hoje associada, através das imponentes construções dos antigos sanatórios, ao que foi a partir de 1920 a maior estância Sanatorial do país, que chegou a permitir o internamento simultâneo de 2500 doentes.

Chegando ao Museu do Caramulo, aproximamo-nos do final desta caminhada, atravessando novamente o Parque Jerónimo Lacerda, agora de noite, rodeados por uma diversidade de perfumes secretos, sabendo que em tempos serviu de barreira ao contágio das populações vizinhas por aqueles que tendo problemas pulmonares, vinham em busca do clima privilegiado, da calma e ar puro.

E para retemperar forças para a viagem final de regresso a casa, nada como um bom petisco no Restaurante "a Montanha", onde os anfitriões nos receberam com hospitalidade e histórias de uma terra que ficou longe de ser descoberta, aguardando com o seu encantamento secreto por uma nova visita.

Rota dos Caleiros | Fotos

Uma pedra redonda, suspensa num equilíbrio perpétuo; montanhas com rochas esboroadas pelas encostas, abrigando nas concavidades térreas coelhos e lebres; pastores velhos e cães magros conduzindo cabras pelos matos altos da serra; regatos rápidos, escorrendo pelos povoados, sustentando os campos e o gado sereno; casas antigas com cheiros a cinza e ervas húmidas, com traves de madeira negra sobre paredes cinzentas polvilhadas de musgos… são quadros vivos que percorremos num Domingo luminoso de finais de Novembro.

A Serra do Caramulo, zona de montanha de origem granítica e xistosa, decorada por urzes e carqueja, é povoada por aldeias com casas e espigueiros em granito típicos. Tendo sido esta zona povoada por romanos, ainda se podem encontrar alguns vestígios dessa época, como os trilhos de pedra e as pontes antigas perdidas na vegetação.

Iniciamos a Rota dos Caleiros na base do Caramulinho, local onde se atinge o ponto mais alto da Serra com 1070 metros, e de onde se pode observar das paisagens mais imponentes da Serra do Caramulo: a oriente a Estrela, a ocidente o Atlântico.

Daqui seguimos pelo estradão que, por um lado rasga a paisagem rochosa, e por outro acompanha as pastagens de montanha, evidenciando a tradição da pastorícia e trabalho agrícola nestas terras de clima rigoroso, onde o granito sulcado acusa a passagem de carros puxados por animais, e onde até hoje, se respira um ar puro e saudável.

Ao atingir a estrada asfaltada, percorremos poucos metros até entrar nos caminhos que acompanham o trajecto dos antigos caleiros que garantiam o abastecimento da água às povoações, e assim seguimos em direcção a Jueus. Antes de chegar a esta aldeia tipicamente serrana, passamos por dois moinhos, e logo à entrada pudemos ver a capela da aldeia. Do adro observamos o que resta da calçada romana e a ruína do casario que foi o Carvalhal.

O trilho conduziu-nos até ao Pedrógão, onde podemos uma vez mais apreciar a singularidade da paisagem, repleta de formações rochosas que na imaginação de cada um, toma os mais diversos significados: aqui destaca-se o penedo do Equilíbrio, suspenso numa aresta impossível, desde o princípio dos tempos.

Mais adiante surge um novo aqueduto, desta vez construído ao longo de um muro de granito exibindo a minúcia e o engenho que permitia trazer dos pontos mais elevados da serra a água que servia à população para irrigar os seus campos, dar de beber aos animais e efectuar as lides domésticas.

Daqui em diante, percorremos os últimos metros de um percurso voltado para o contacto com a natureza e beleza natural de um lugar que conserva grande tranquilidade e genuinidade. Resta regressar ao troço inicial percorrendo os trilhos da serra, passando por uma de muitas torres eólicas que já imprimem a sua marca na paisagem do Caramulo, em direcção ao Caramulinho.

Fica na memória uma Serra secreta, encantadora, de contrastes e mistura de imagens entre cumes e vales, onde o ar puro, combinado com a paisagem deslumbrante, enche de significados mais uma Evasão num Outono repleto de cor e vida.

domingo, 20 de novembro de 2011

À descoberta da Serra do Caramulo 27/11/2011

No próximo dia 27 de Novembro de 2011 será efectuado um trilho com aproximadamente 9 quilómetros na Serra do Caramulo, denominado “A rota dos Caleiros”.


Posteriormente, para aqueles que desejarem, existe a possibilidade de efectuar logo de seguida a “A rota das Cruzes”, com aproximadamente 7 quilómetros de extensão com inicio no Caramulo.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã, na base do Caramulinho, nas seguintes coordenadas: 40°32'54.82"N (latitude) e 8°12'7.13"W (longitude).

Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado num restaurante típico da região, onde consta que são servidos pratos regionais, contemplando a “cozinha vegetariana”, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa no restaurante.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

À descoberta da Serra da Boneca | Fotos

Por vezes percorremos centenas de quilómetros procurando um qualquer “novo local” fascinante para descobrir. Por vezes esquecemo-nos que o Norte é feito de Serras, que se sucedem desde a fronteira até ao Atlântico, cada uma com as suas subtilezas naturais, ditosas em lendas e tradições antigas ocultas entre o arvoredo e os fetos, no afago dos musgos.

A água incessante do Douro, no seu derradeiro capítulo rumo ao oceano, passa por uma Serra desconhecida para muitos, que merece ser descoberta devido aos seus inúmeros atributos. Horizontes verdes, com vastas plantações de pinheiros, uma surpreende ausência de casas e poluição, diversos cursos de água e uma rede complexa de estradões florestais limpos e seguros, são alguns dos aspectos que caracterizam a Serra da Boneca.

Efectuando o percurso no sentido dos ponteiros do relógio, o trilho conduziu-nos através de uma galeria florestal ribeirinha, com imensos túneis de vegetação, pontes em madeira, moinhos silenciosos, num quadro único pintado pelos amarelos, castanhos e laranjas de um dia de Outono inicialmente chuvoso, que brindou a nossa perseverança com diversos momentos de sol e calor.

Após umas duas horas de caminhada rumo a ocidente, abandonamos o corredor fluvial, rumo a Norte. Seguindo através de caminhos florestais, por vezes cruzados por grupos de BTT e motas “todo-o-terreno”, com o perfil sereno das eólicas no horizonte, iniciamos uma subida suave através da Serra, contornando o maciço montanhoso com tranquilidade. No lugar do Beco da Serra, o caminho inverteu para oriente, conduzindo-nos através de alguns povoados rurais, rumo ao lugar da Capela, ponto de partida da nossa caminhada.

Por vezes as fotos são mais obvias que as palavras. Fica aqui o nosso contributo fotográfico para promover a Serra da Boneca, enquanto local único para efectuar caminhadas diversificadas, repletas de elementos estéticos que se sucedem com uma frequência surpreendentemente elevada.

domingo, 6 de novembro de 2011

À descoberta da Serra da Boneca 13/11/2011

No próximo dia 13 de Novembro de 2011 será efectuado um trilho com aproximadamente 22 quilómetros na Serra da Boneca.

Marcamos a actividade para as 09:00 da manhã, no lugar de Capela, nas seguintes coordenadas:
41°5'48.75"N (latitude) e 8°20'46.02"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade moderado devido à sua extensão. Não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado no Restaurante Ponte de Pedra, onde consta que são servidos pratos regionais e petiscos, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa na Ponte de Pedra.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

À descoberta da Serra de Valongo 01/11/2011

Aproveitando o dia de todos os santos, resolvemos agendar uma caminhada expedita em Valongo, para testemunhar os inúmeros relatos dos maravilhosos atributos paisagísticos de um local natural de referência tão perto do Porto.

Optamos por efectuar um trilho alternativo, com uma extensão de aproximadamente 11 quilómetros, que une os percursos oficiais “Verde” e “Vermelho” da Serra de Valongo.


Começamos a caminhada pelo percurso “Vermelho”, iniciando uma subida íngreme junto à ponte da Azenha, no início do estradão de Couce. Tendo como pano de fundo a Serra de Pias, pudemos observar a confluência dos rios Simão e Ferreira e os “Moinhos do Cuco”.

O percurso desenvolveu-se em direcção a Oeste, por um trilho estreito que nos conduziu até às Fragas Amarelas, um dos locais onde se pratica escalada e rappel. Convém referir que a ausência de marcação neste local originou “algumas dúvidas”, facilmente resolvidas com nosso dispositivo GPS. A partir deste ponto, encontramos uma paisagem mais aberta sobre o vale do Rio Ferreira.

Retomando o caminho, sempre a subir, alcançamos um planalto, situado sobre as Fragas do Tecto, conhecido por Vale da Tranquilidade, que nos acolheu com uma paisagem surpreendentemente campesina, repleta de cor e frescura. Este local é um miradouro privilegiado para apreciar a paisagem, nomeadamente o vale do Rio Ferreira, as imponentes cristas quartzíticas e as serranias que se erguem até ao Marão.

Seguindo para poente através do caminho florestal, avistamos a Capela de Santa Justa à esquerda, seguindo até um marco geodésico que assinala o final da subida, e uma esplêndida perspectiva da cidade do Porto.

Depois de uma breve paragem para uma sessão fotográfica à Invicta, seguimos por um largo estradão florestal rumo a cotas mais baixas, para alcançar o percurso “Verde”.

Ao longo da margem esquerda do rio Simão, seguimos por caminhos rurais antigos, onde as marcas dos rodados dos carros de bois encontram-se gravadas para sempre no solo, flanqueadas por carvalhos frondosos, antigos moinhos, e terrenos agrícolas intimistas vigiados por cabras e cães calmos.

Em Couce, um homem aparava tranquilamente a barba num terraço, utilizando um antigo espelho pendurado numa trave de madeira, entre as paredes polvilhadas de musgo de uma casa velha, enquanto um ancião de olhos esbugalhados, mirava-nos de um lugar distante, perdido nos pensamentos entre os galhos outonais de uma vinha despida.

Ao fim de alguns quilómetros repletos de história e verdura, regressamos à ponte da Azenha, encerrando um percurso circular que vale a pena conhecer e saborear.

Ficam na memória dióspiros suculentos suspensos no jardim de uma casa de pedra decorada com flores roxas, ruínas de moinhos melancólicos, estradões florestais com ciclistas e amantes da natureza, paredes de escalada e fragas que sombreiam o rio Simão, e a paisagem assombrosa da Metrópole, num surpreendentemente ensolarado dia de Outono.

Caminhos da Senhora da Graça | Fotos

Para lá do Alvão existe um santuário com vistas para a Serra, que permite abarcar uma extensão vasta de paisagem, onde o céu e a montanha revelam diversos quadros de uma região telúrica profunda, plena de paz de espírito e tradição.

Começando a caminhada em Mondim de Bastos, terra de “boa mesa” e “boa gente”, seguimos pelas escadas de pedra do parque florestal rumo às vinhas e quintas das pequenas casas agrícolas que abraçam o Monte Farinha.

Um caminho antigo, com degraus de pedra e terra, inundado por um sol outonal que insiste aquecer, conduziu-nos sobre rasgos azuis recortados pelo verde-escuro da paisagem rumo às alturas. O magnífico Santuário da Nossa Senhora da Graça, situado a cerca de 900 metros de altitude, revelou um panorama maravilhoso de imensas serras a norte do rio Douro.

Reza a lenda que aqui terá existido a cidade de Cinínia, lar da tribo castreja dos Tamecanos, que foi obrigada a abandonar o seu território aquando a ocupação Romana. Segundo várias fontes, embora não existindo certezas da fundação original, no local existiria, desde remotos períodos, um templo já do período castrejo de ocupação do monte.

O actual santuário cristão data de 1775, caracterizando-se pela construção robusta de uma igreja em granito da região, com torre e pavimento lajeado.

Entre trilhos antigos, tantas vezes pisados por diversos viajantes de variadas eras, provamos doces medronhos coloridos a laranja e vermelho garrido. Nas curvas da estrada avistamos o recorte longínquo das serras polvilhadas pelas torres eólicas e pelos rasgos grotescos das pedreiras.

Partimos de Mondim depois de um trilho especial, que nos surpreendeu com história, paisagem e árvores carregadas de fruta adocicada que “energizaram” a nossa caminhada.

Depois de um repasto generoso na adega dos Sete Condes, deixamos já de noite as águas cristalinas de um Tâmega adormecido no sopé da grandiosa pirâmide verde do Monte Farinha, coroada pela mística ermida da Senhora da Graça que vigia a paisagem, sozinha, na escuridão.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Caminhos da Senhora da Graça 30/10/2011

No próximo dia 30 de Outubro de 2011 será efectuado o PR1 da rede de percursos pedestres de Mondim de Bastos designado por “Caminhos da Senhora da Graça”.

De acordo com o site da Câmara Municipal, “percebendo a importância dos percursos como valioso património na percepção da história dos povos e do conhecimento da paisagem, o antiquíssimo caminho percorrido pelos romeiros foi alvo da atenção do Posto de Turismo e dos Serviços Municipais que promoveram o seu levantamento, limpeza, sinalização, interpretação e edição de uma brochura histórica e descritiva”.

Conforme o panfleto editado, “este percurso pretende dar a conhecer um caminho muito antigo que ainda hoje é utilizado pelos peregrinos para chegar ao alto do Monte Farinha, local de grande devoção e de grande espiritualidade”.

É um percurso de grande valor histórico-cultural, cujo traçado original em nada foi alterado e que continua a ter o mesmo significado que teve no passado como caminho de peregrinação.

Desde que o antigo caminho foi recuperado, muitas organizações e amantes do pedestrianismo subiram ao monte acompanhados da brochura recentemente editada.

O PR1 “Caminhos da Senhora da Graça” é o primeiro de uma série de percursos pedestres que dão acesso ao alto do Monte Farinha, que se pretendem igualmente sinalizar.

Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã do dia 30 de Outubro em Mondim de Bastos nas seguintes coordenadas:
41°24'37.41"N (latitude) e 7°57'5.67"W (longitude).

O percurso apresenta uma extensão de aproximadamente 15 km, e um grau de dificuldade médio, sendo recomendável para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Para obteres mais informação sobre o percurso clica aqui.

domingo, 16 de outubro de 2011

Rota de Manhouce | Fotos

O Outono caminha quente e seco rumo ao frio.

Manhouce e os povoados vizinhos revelaram-se numa paisagem repleta de vinhas por podar: os cachos de uvas maduras, fermentadas nas próprias vinhas reflectem um abandono das lides da terra, que se pode também sentir nas escolas fechadas, sozinhas em aldeias antigas, vigiadas por cães velhos e arvores repletas de castanhas e figos maduros por colher.

O trilho apresentou-se diversificado, repleto de elementos rústicos, emoldurados por uma paisagem composta por pedras graníticas arredondadas nos pontos mais altos, e áreas arborizadas onde os Quercus espreitam entre pinheiros, ladeando cursos fluviais que aguardam pelas águas serranas que tardam chegar às encostas ressequidas das montanhas.

Aromas doces, caminhos romanos fragmentados entre linhas de alcatrão e betão, casas antigas e velhas quintas, foram elementos que acompanharam um percurso interessante, por vezes enegrecido por extensas áreas ardidas, que rejuvenescem lentamente ao ritmo das estações e dos “desejos” dos povos que perspectivam o ordenamento da paisagem.

Esse ordenamento, muitas vezes desordenado, faz com que o trilho apresente sérios problemas de sinalização, sendo bastante difícil efectua-lo sem a preciosa ajuda de um equipamento GPS. Durante o percurso tivemos de abrir diversos portões, e levantar troncos que aparentemente bloqueavam o percurso para manter os animais cativos em áreas confinadas (segundo o que nos foi comunicado por uma aldeã, habitante de uma pequena povoação próxima de Manhouce).

O que é certo é que tivemos de atravessar uma quinta aparentemente abandonada, passando uma "cerca estranha", para podermos alcançar o trilho, sem o auxílio de sinalização coerente. A carência de sinalização, segundo um cidadão local que encontramos num “tasco” no inicio da caminhada, deve-se ao “abate de alguns pinheiros”, o que resultou na perda das preciosas marcas que definem o trilho.

Resolvemos as situações dúbias e efectuamos o trilho com sucesso. No entanto fica a nota, que é urgente re-sinalizar “A rota de Manhouce” para garantir que todos aqueles que desejam conhecer os magníficos atributos paisagísticos dos percursos pedestres de São Pedro do Sul podem faze-lo com conforto e segurança, recorrendo apenas ao panfleto do trilho e às marcas que supostamente deviam ter orientado a nossa caminhada.

Abandono e esperança, morte e regeneração, pedras e betão ingenuamente colocado nas frestas de muros e barracos para fins incertos, fragmentos de uma memória agrícola entre ribeiros e montes antigos, maltratados pela mão do homem e pela demora de uma estação preguiçosa que tarda chegar com a sua preciosa água regeneradora que a paisagem anseia veementemente, são impressões que ficam e registamos aqui pensando ser úteis para aqueles que desejam calcar esta terra que tanto tem a oferecer.

Passo a passo, em pedras trementes vacilantes, olhamos em busca de limites vagos na distância. Surpresas em cada momento, que por serem breves e preciosas, ficam suspensas na memória, incentivando-nos a novos caminhos que se avizinham.

domingo, 9 de outubro de 2011

Rota de Manhouce 16/10/2011

No próximo dia 16 de Outubro de 2011 será efectuado o PR1 da rede de percursos pedestres de São Pedro do Sul designado por a “Rota de Manhouce”.

De acordo com o blog “Sozinho entre a Multidão”,

«… o percurso começa em Manhouce, aldeia situada em plena serra da Gralheira. Em tempos remotos esta serra era atravessada pela grande estrada romana que ligava Viseu ao Porto, situando-se sensivelmente a meio caminho, sendo um lugar obrigatório de passagem.

Na Ribeira de Manhouce passam duas pontes, uma romana com o seu típico arco em pedra, outra já do nosso tempo de betão. Cascatas a montante e a jusante, som da água a correr por todo o lado, e para acabar uma água límpida onde se vê o fundo.

O relevo nesta zona é acentuado o que faz a água passar por uma série de cascatas. E como em todas as zonas com água e desníveis, existem moinhos. A partir daqui é sempre a subir uma série de quilómetros, passando pela Quinta das Uchas, quinta restaurada, onde os seus telhados de xisto e paredes de pedra fazem com que se confundam com a paisagem, realçando os campos verdes à sua volta.

Próxima passagem por uma local chamado Alagoa, com um parque de merendas onde bétulas e castanheiros dão sombra ao local.

A próxima terra que se encontra é Gestozinho, e finalmente começa a descer. É o ponto mais alto do percurso e a vegetação é diferente do que no inicio. Nos terrenos já não existem tantas árvores mas mais vegetação rasteira, mais árida, típica de uma zona que se aproxima dos 1000 m. Mas existe muita água por aqui. Nestas zonas, uma espécie de relva bem cortada cobre o chão, as rochas estão praticamente cobertas de musgo, e passa-se pouco tempo sem ouvir água a correr e mesmo sem ser obrigado a molhar as botas, para continuar o caminho. (...)

Começa-se a descer em direcção a uma terra que o nome difere entre que está no folheto do percurso e o que está na carta militar (Bondança e Abundância, respectivamente). (...) Até a aldeia de Salgueiro, o percurso faz-se em grande parte por entre muros estreitos, por vezes com grande lajes, e uma ou outra ponte de pedra. Fazem-me lembrar caminhos romanos pelas suas dimensões. A água continua teimosamente a invadir o percurso, o que faz ouvir-se um chapinhar constante. Por entre muros, vacas castanhas de grandes chifres, típicas desta região, pastam lentamente e ao mínimo movimento o badalo que trazem ao pescoço avisa da sua presença.

Passo mais uma ponte de pedra, a montante um espelho de água e uma pequena cascata.
No Lagoal (...) encontro uma casa em pedra, desde o alpendre até a passagem para a casa ao lado pelo 1º andar. Infelizmente está abandonada. Mas todo o espírito do local está lá. Grandes blocos de pedra, degraus gastos pelo tempo, musgo a cobrir as pedras.

Uma curiosidade em Manhouce, terra onde começa e acaba o percurso: praticamente todas casas têm um nome, escrito sobre uma placa de xisto e colocada a porta ou portão. Também nas ruas, a tradicional pedra mármore branca com o seu nome, foi substituída pelo xisto e letras brancas.»

Motivados por estas palavras (gratos ao “Sozinho entre a Multidão”) marcamos a actividade para as 09:00 da manhã do dia 16 de Outubro na aldeia da Manhouce nas seguintes coordenadas:
40°49'23.89"N (latitude) e 8°12'51.58"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendado para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar mandem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Para obteres mais informação sobre o percurso clica aqui.

Curso de iniciação ao Montanhismo 11/10/2011


Para chegar mais longe e mais alto, de forma a usufruir ao máximo dos espaços naturais que nos circundam, é importante aprender com quem sabe ensinar, as melhores formas de explorar a paisagem.

O curso de Iniciação ao Montanhismo, a realizar pela loja Espaços Naturais entre 11 e 23 de Outubro de 2011, será uma óptima oportunidade para aprender alguns conceitos essenciais para efectuar actividades de montanha com mais qualidade e segurança, aproveitando ao máximo aquilo que natureza nos pode oferecer.

Convêm mencionar que a Espaços Naturais esta a oferecer um curso gratuito à primeira pessoa a inscrever-se na formação através do e-mail espacosnaturais@gmail.com.

Aproveitem a oportunidade!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

À descoberta do Neiva | Fotos

Desta vez fomos até ao distrito de Braga para descobrir as terras que se estendem nas imediações de Esposende. Esta tira de costa litoral portuguesa, no eixo Atlântico entre Vigo e o Porto, é rica em memórias.

Em terras baixas polvilhadas pelo casario disperso, revelador de um (des)ordenamento territorial português “tão típico”, percorremos as margens do Neiva, ao longo de dois trilhos interessantes (mas bastantes urbanos em algumas passagens), que permitiram descobrir antigos moinhos perdidos entre a vegetação.

Os caminhos empedrados sucederam-se entre estradas de pó e alcatrão que conduziram-nos até pequenos povoados rasgados pela auto-estrada. Entre a desorganização do território e algumas zonas descaracterizadas pela indústria e por obras arquitectónicas confusas, encontramos perdidos alguns elementos estéticos preciosos que nos transportam para outras épocas em que a força do rio gerava trabalho para preparar os tecidos e moer os cereais necessários para sustentar um povo.

Antigas pontes de pedra ladeadas por moinhos, caminhos antigos entre a vegetação, e ao longe o som surdo do oceano, o qual adivinhamos desde logo pela presença de fragrâncias que viajavam pelo ar de um dia quente de um Verão inesperado… em pleno Outono.

Depois de efectuarmos o trilho “Azenhas de Antas” seguimos para “Entre o Neiva e o Atlântico”, continuando de uma forma ininterrupta a caminhada pela margem esquerda do rio rumo à foz.

O Atlântico aguardava-nos com uma costa suave esculpida com dunas e pedras soltas alinhadas cuidadosamente na borda da praia. Depois de percorrermos uma extensa área dunar, regressamos a zonas agrícolas, que nos conduziram com as cores do entardecer à capela de Santa Tecla, lugar palco de procissões de domingo, de bailes, e da famosa performance da “Vaca de Fogo”, uma espécie de caixa pirotécnica em forma de vaca, que um homem coloca às costas e percorre alguma distância, com a "vaca" a disparar para todos os lados, "bichas de rabear" luminosas.

O rio Neiva, as praias, as azenhas, os castros, são motivos de interesse para explorar um concelho de Portugal rico em património construído pela mão humana que importa preservar, salvaguardando-o de uma urbanização desorganizada e inconsequente que oculta aspectos valiosos a descobrir… caminhando.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

À descoberta do Neiva 05/10/2011

Desta vez a Evasão será azul e verde.

No próximo dia 5 de Outubro de 2011 serão efectuados os trilhos “Azenhas de Antas” e “Entre o Neiva e o Atlântico” a realizar nas imediações de Esposende.

De manhã o trilho das “Azenhas de Antas” aguarda-nos com os seus 12,5 km de extensão e um itinerário rico em património etnográfico e natural.


De tarde percorreremos os 9,5 km de extensão do trilho “Entre o Neiva e o Atlântico”. Aqui contemplaremos o estuário do Rio Neiva e as espécies de fauna e flora que aí residem, as áreas de cultivo, o sistema dunar, a Capela de Santa Tecla e os engenhos de moagem e serração que se encontram adjacentes ao curso do Neiva.


A actividade será iniciada às 10:00 da manhã na Capela de Santa Tecla em Guilheta, no concelho de Esposende, nas seguintes coordenadas: 41°36'28.56"N (latitude) e 8°47'48.12"W (longitude).

Convêm realçar que estes percursos apresentam um grau de dificuldade baixo, sendo recomendados para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar mandem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

O Neiva e o Atlântico prometem um dia bem passado, com os reflexos verdes sobre as águas fluviais e os amarelos acastanhados da costa ao final da tarde sobre o oceano.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estágio de Alpinismo no Monte Branco | Fotos

No dia 2 de Setembro de 2011, no âmbito de um Estágio de Alpinismo no Monte Branco realizado pela loja Espaços Naturais, apanhamos um avião para Milão, seguindo posteriormente pelas estradas italianas até aos Alpes.

Utilizando o refúgio “Monte Bianco”, localizado nas imediações de Courmayeur, como base logística, realizamos várias visitas às altas montanhas que separam Itália e França, percorrendo os seus imensos glaciares e monumentais arestas, onde o branco predomina nas elevadas cotas do maciço alpino, numa paisagem inesperada e singular, que merece ser vivida devido à sua imensa beleza, sempre com um enorme sentido de responsabilidade, devido aos inúmeros riscos que esta encerra para os potenciais visitantes.

No decurso do estágio, aprendemos como explorar este “mundo dentro do nosso mundo”, onde os perfis de relevo esculpem-se em gelo e pedra. Fracturas imensas na água gelada, depressões monumentais em pendentes inclinadas, acompanharam-nos numa jornada que permitiu vivenciar quilómetros de extensão de paisagem.

Os montes irmãos dos Alpes suíços, franceses e italianos, encontravam-se reunidos no horizonte como gigantes colossais, guardiães dos vales mais abaixo, onde repousa a civilização: Chamonix em França, e Courmayeur em Itália, com o maciço montanhoso alpino no meio, assinalando a fronteira de dois países.

Depois de um período de aclimatação à altitude condicionado por condições climatéricas adversas, com o som grave das avalanches ecoando no vale do rio Veny oriundo das montanhas brancas que ladeavam o refúgio “Monte Bianco”, partimos no dia 8 de Setembro rumo ao refúgio “Cosmiques” em França, para iniciar uma rota de ascensão rumo ao cume do Monte Branco, localizado a 4808 metros de altura, através do itinerário dos “três montes”.

Abandonamos o “Cosmiques” às 2:20 da madrugada do dia 9 de Setembro, atravessando a área glaciar do “Col do Midi” na escuridão, iluminando o gelo com as nossas lanternas frontais. Na vertente norte do “Mont Blanc du Tacul” (4248 metros de altura) avistavam-se outros pontos de luz distantes na pendente inclinada da encosta, que seguiam em silêncio rumo a um destino previsível. Para além do nosso grupo, outros partilhavam o nosso objectivo, atravessando a noite fria, calcando trilhos gelados rumo às cotas superiores alpinas.

Depois de subirmos o “Mont Blanc du Tacul”, passando por uma rimaia silenciosa, com um buraco retorcido rasgado até às profundezas da montanha, iniciamos uma descida em direcção do colo que nos conduziu ao “Mont Maudit” (4465 metros de altura). As luzes dos outros viajantes surgiram novamente numa parede negra invisível, que anunciava várias horas de esforço rumo ao topo do monte que nos separava do Monte Branco.

Iniciamos uma ascensão demorada, que foi temporariamente suspensa no inicio de uma passagem que requeria a montagem de cordas para efectuar a escalada de uma parede de gelo com várias dezenas de metros para transpor uma alta aresta do Monte Maldito.

As horas passaram frias enquanto preparávamos o equipamento para iniciar a escalada, aguardando a altura certa para subir. As estrelas circularam pela cúpula celeste e a primeira luminescência do dia surgiu, revelando uma encosta vertiginosa, com as luzes amarelas de Chamonix a mais de 4000 metros abaixo. Com os pés congelados e um frio húmido nos ossos, suspensos no dorso vertical do Maldito, é fácil sentir o cansaço e a pequenez dos corpos humanos perante a vastidão da paisagem alpina, que se começava a revelar no horizonte, com os seus altos cumes rasgando as nuvens, coloridos em sucessões de azul que rapidamente ganhavam reflexos dourados nas derradeiras horas da madrugada.

Neste período nocturno não foram registadas fotos por motivos facilmente decifráveis.

O dia chegou, e iniciamos a subida final em escalada até ao topo do monte. Lá em cima, o Monte Branco aguardava-nos nas alturas, com um trilho rasgado no gelo rumo ao cume, que só foi alcançado passadas várias horas.

Passo a passo, numa caminhada entre gelos antigos, com as cumeadas brancas no horizonte afastamo-nos do Tacul e do Maldito, iniciando a ascensão final até aos 4808 metros de altura.

No cume do Monte Branco o horizonte revelou-se vasto e deslumbrante. Em pleno céu, olhando do ponto mais alto da Europa Ocidental, avistamos sucessões de cumeadas temperadas com nuvens mansas, num dia luminoso de final de Verão.

Depois do cume, regressamos ao Maldito, descendo em “rapel” pela via que umas horas antes tínhamos escalado, descobrindo uma paisagem luminosa que anteriormente tínhamos percorrido na escuridão.

Passamos novamente no Tacul, e espreitamos a rimaia agora iluminada pelo sol, seguindo até ao Cosmiques, terminando uma actividade com mais de dezassete horas ininterruptas de duração.

No dia seguinte, atravessamos o “Glaciar do Gigante” até ao teleférico que nos conduziu em segurança até Entréves, localidade adjacente a Courmayeur, assente no vale do Veny.

Deixamos o Monte Branco nas alturas e os restantes montes irmãos com as suas paisagens monumentais geladas, que inspiraram a imaginação de tantos escritores de histórias de fantasia, passíveis de ser verdadeiramente percorridas para além das páginas dos livros, num mundo real que aguarda visita.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Tresmonte 27/08/2011

Numa paisagem cansada, sulcada pelos fogos do Verão e pelo frio do Inverno, ritmada pelo pulsar da vida que serenamente subsiste nos lameiros irrigados pelos cursos de água e nos bosques que perfumam as encostas, um Parque Natural de Montesinho sereno e dourado aguardava-nos com o percurso pedestre PR11.

De acordo com a informação disponibilizado pelo Parque, o “Tresmonte” desenvolve-se perto da aldeia de Gestosa, cruzando a ribeira do Covo, descendo ao rio Rabaçal, oferecendo uma panorâmica sobre o vale por onde passa este curso de água. É um percurso circular com aproximadamente 9168 metros, com altitudes que oscilam entre os 498 e os 770 metros.

A paisagem é marcada por quadros que vão desde os matos de giesta, urze e carqueja nos solos mais esqueléticos, ao mosaico agrícola na envolvente da povoação, passando pelas terras próprias das culturas de sequeiro, pelos soutos, vinhas e galerias ripícolas constituídas predominantemente por amieiros e freixos.

No decurso da caminhada, aproveitamos para efectuar registo do trilho em GPS, encontrando-se este agora disponível na WIKILOC, bastando clicar aqui para aceder ao percurso.

À descoberta das Ilhas Cíes 22/08/2011

Contemplando a costa galega, algumas ilhas povoam um atlântico azul-turquesa, aguardando-nos com lendas de navios afundados, e barcos lançando redes aos inúmeros cardumes prateados que por ali passam, sobre o olhar atento das gaivotas.

Entre as ondas que separam o continente e as ilhas, cruzamos sete milhas náuticas para chegar às Cíes. As praias de areia branca, os pinheiros nas falésias perfumadas a mar e a plantas resinosas, transportam-nos para um espaço rico em avifauna, amplos horizontes, com reflexos de oceano, sempre presentes entre poças e enseadas com vistas para Vigo e para poente.

Com diversos restaurantes onde são servidos os habituais petiscos galegos, um parque de campismo sobre a sombra de pinheiros, e o resguardo de uma enseada onde se avista a linha azul do oceano, a ilha Cíes do Norte apresenta uma rede de caminhos que interligam praias, falésias, faróis, pequenos portos, dunas, bosques, postos de observação da avifauna, num contexto insular único, inundado pela luz do atlântico e pela melopeia sempre presente das marés.

Para chegar às Cíes existem várias empresas que asseguram o transporte diário de passageiros. Para obter informações sobre os horários dos barcos, e efectuar a reserva da estadia, convém consultar o site do Parque de Campismo das Ilhas Cíes.

Para aceder a um percurso pedestre que contempla os principais pontos de interesse da ilha Cíes do Norte clica aqui.

Estágio de aperfeiçoamento ao Montanhismo nos Pirinéus | Fotos

Antes de partirmos à descoberta do Monte Branco, no âmbito da formação a efectuar pela loja Espaços Naturais, ficam registadas algumas fotos do Estágio de aperfeiçoamento ao montanhismo nos Pirinéus realizado entre os dias 14 e 21 de Agosto de 2011.

Para mais informações sobre esta actividade clica aqui.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Estágio de Alpinismo no Monte Branco 02/09/2011


No dia 2 de Setembro de 2011 terá inicio o Estágio de alpinismo no Monte Branco a realizar pela loja Espaços Naturais. Por ser altamente recomendável, fica aqui o programa, para todos aqueles que desejarem participar.

As datas apresentadas avançaram 1 dia por motivos logísticos.

Estágio de aperfeiçoamento ao Montanhismo nos Pirinéus 14/08/2011


No dia 14 de Agosto de 2011 terá inicio o Estágio de aperfeiçoamento ao Montanhismo nos Pirinéus a realizar pela loja Espaços Naturais. Por ser altamente recomendável, fica aqui o programa, para todos aqueles que desejarem participar.

Curso de Montanhismo com corda 19/07/2011


No dia 19 de Julho de 2011 terá inicio o curso de Montanhismo com corda (progressão em arestas de rocha) a realizar pela loja Espaços Naturais. Por ser altamente recomendável, fica aqui o programa, para todos aqueles que desejarem participar.

Curso de iniciação ao Montanhismo 05/07/2011


Para chegar mais longe e mais alto, de forma a usufruir ao máximo dos espaços naturais que nos circundam, é importante aprender com quem sabe ensinar, as melhores formas de explorar a paisagem.

O curso de Iniciação ao Montanhismo, realizado pela loja Espaços Naturais entre 5 e 17 de Julho de 2011, foi uma óptima oportunidade para aprender alguns conceitos essenciais para efectuar Evasões com mais qualidade e segurança, aproveitando ao máximo aquilo que natureza nos pode oferecer.

Vale a pena estar atento aos próximos cursos que serão realizados, para usufruir de uma formação de qualidade, ao mesmo tempo que se desfruta de paisagens excepcionais no decurso das aulas práticas na montanha.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Circular ao Maciço Central dos Picos da Europa 23 a 25/06/2011

Desta vez fomos até terras de montanhas escarpadas e vales verdejantes, abraçadas pelas águas de um mar Cantábrico antigo, onde rios estreitos e rápidos confluem depois de irrigarem os pastos onde repousa o gado sereno, e saciarem a sede da vida selvagem que espreita curiosa entre bosques densos, questionando aqueles que por ali passam.

Aqui, no coração das Astúrias, efectuamos um percurso circular com aproximadamente 60 quilómetros em volta do maciço central dos Picos da Europa. O trilho percorrido resultou do cruzamento de vários percursos oficiais da rede de percursos pedestres sinalizados do Parque Natural, que nos permitiram em 3 dias ficar a conhecer melhor este lugar tão precioso da Ibéria, onde a história, os mitos e a natureza encontram-se ao alcance dos sentidos. [+informação]

Iniciamos a caminhada no pequeno povoado de Posada de Valdeón, tendo seguido a “Ruta del Cares”, com uma extensão de aproximadamente 21 quilómetros, ao longo da garganta do Rio Cares até ao teleférico que nos permitiu subir até à pequena aldeia de Bulnes (convém referir que o teleférico encerra às 20:00 no Verão). A casa de turismo rural “El Chiflon” aguardava-nos com boa mesa e bom abrigo, permitindo num ambiente idílico recuperar forças para o segundo dia de caminhada.

No segundo dia de caminhada efectuamos aproximadamente 20 quilómetros através de pequenos trilhos de montanha e estradões de terra batida. Saímos de Bulnes apanhando a “Ruta de la Reconquista” que nos conduziu até ao Refúgio de Áliva, local onde mais uma vez encontramos boa mesa e bom abrigo, com toda a qualidade que um hotel de montanha integrado na “Sociedad Regional Cantabrade Promoción Turística” nos pode oferecer, apresentando uma magnífica esplanada com uma vista fantástica para o vale que separa o Maciço Ocidental do Maciço Oriental dos Picos da Europa.

No terceiro dia de caminhada efectuamos aproximadamente 19 quilómetros, que nos permitiram encerrar a volta ao Maciço Central. Saímos do Refugio de Áliva seguindo até ao Teleférico de Fuente Dé, onde efectuamos a descida até ao inicio da "Senda del Mercadillo" que nos conduziu de volta a Posada de Valdeón.

A primeira utilização da rede de percursos pedestres sinalizados do Parque Natural dos Picos da Europa foi um sucesso, uma vez que os trilhos encontram-se excepcionalmente bem marcados, limpos e cuidados (pelo menos aqueles que foram percorridos), o que potencia o desejo de voltar a uma região digna de ser explorada.

domingo, 19 de junho de 2011

À descoberta de Sintra 17/06/2011

Desta vez resolvemos explorar a Sintra romântica, através de um trilho que atravessa alguns dos locais mais emblemáticos da vila, permitindo-nos numa visita de aproximadamente 5 horas, descobrir este espaço de carácter místico-cultural tão forte.

O trilho desenvolve-se ao longo de 10 quilómetros de extensão, passando pelo centro histórico de Sintra, contemplando o Palácio Nacional, a Quinta da Regaleira, o Palácio de Seteais, o Castelo dos Mouros, o Palácio da Pena, entre outros locais de interesse, como é exemplo as ruínas da Igreja de São Pedro de Canaferrim.

Apesar do percurso conduzir-nos pelos locais centrais da vila, surpreende-nos com troços misteriosos, através de caminhos estreitos que separam os fundos das quintas que rodeiam os palacetes, através de bosques densos, com contrastes fortes de tonalidades verdes, e aromas intensos a ervas aromáticas que despertam os sentidos.

Com tanta biodiversidade e tantos vestígios bem preservados de épocas passadas, numa paisagem com a serra e o oceano como pano de fundo, é fácil perceber porque é que os místicos encontraram um terreno tão fértil para usarem a sua criatividade neste local também chamado de "Monte da Lua".

Ficam aqui as fotos de um trilho fácil, acessível a toda a família, com uma dimensão cultural intensa, e vastos espaços verdes, que vale a pena descobrir através de uma Evasão na vila dos Templários, dos Maçons, e de todos aqueles que se deixam fascinar pela beleza dos sítios e das gentes. [+informação]

terça-feira, 14 de junho de 2011

Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais 12/06/2011

No dia 12 de Junho de 2011 foi efectuado o percurso pedestre "Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais" em Terras de Bouro.

De acordo com o site Sempre a Andar “este trilho traduz-se num percurso rural que confere um reconhecimento da utilidade e valor das antigas redes viárias caídas em desuso, tais como os caminhos de pé posto e os caminhos agrícolas lajeados. As linhas de água, as levadas, os poços, os regadios e os moinhos-de-água, no seu conjunto, constituem autênticas relíquias da arquitectura popular de tempos remotos.

O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais inclui um pequeno troço da Via Militar Romana XVIII do Itinerário Antonino, entre as milhas XXI e XXII. A calçada, em excelente estado de conservação, encontra-se murada em alvenaria granítica.”

Por ser altamente recomendável, ficam aqui algumas fotos deste trilho, acessível a todos aqueles que gostam de caminhar. [+informação]

Portela – Vilarinho – Serra Amarela 10/06/2011

No dia 10 de Junho de 2011, partindo do Parque de Campismo da Cerdeira, efectuamos um trilho de 26 km, que circunda o espelho de água de Vilarinho das Furnas, através das cumeadas da Serra Amarela e da verdejante Mata da Albergaria.

Nos primeiros quilómetros contornamos a parte sudoeste da albufeira até à barragem, seguindo posteriormente pelo estradão de acesso às ruínas de Vilarinho das Furnas, aldeia comunitária submersa pelas águas do Rio Homem em 1976.

Após uma pausa debaixo da sombra amiga de frondosos carvalhos, iniciamos a subida para as cumeadas graníticas da Serra Amarela, atravessando uma primeira linha de vegetação frondosa em zona de aluvião, sucedida por um trilho rochoso, pontualmente polvilhado com vegetação nas linhas de água que fluem pela montanha.

De acordo com o portal do Município das Terras de Bouro “a Serra Amarela desenvolve-se num extenso território que abrange a área de Terras de Bouro, bem como do concelho de Ponte da Barca.

Trata-se de uma montanha áspera, concordante com o seu nome - Amarela -, cuja raiz etimológica significa, precisamente amargo, duro. As mariolas que harmonizam a paisagem agreste constituem marcas dos pastores aquando da guarda dos animais na serra. Actualmente, servem de marcas de sinalização a indicar o caminho certo dos trilhos pedestres, que vão ao encontro de sítios paisagísticos.

O maciço montanhoso do Gerês fica-lhe fronteiro e nesta extensão de paisagem serrana prevalecem interessantes testemunhos arqueológicos relacionados com as duas mais importantes actividades exercidas pela população na serra: a defesa da fronteira e a pastorícia.”

Depois dos trilhos pela Serra, na companhia de garranos e vacas, seguimos para a Portela do Homem, aventurando-nos pela Mata da Albergaria, um dos mais importantes bosques do Parque Nacional da Peneda Gerês, constituída predominantemente por um carvalhal secular, que guarda aqui um troço da Via Romana - a Geira - com as ruínas das suas pontes e um significativo conjunto de marcos miliários.

Ao final de alguns quilómetros, o espelho de água de Vilarinho das Furnas surgiu novamente no horizonte, assim como a recta final de estrada até ao Parque de Campismo da Cerdeira, fechando-se mais um trilho circular "não-marcado", cuja realização é facilitada com a utilização de GPS. [+informação]

quarta-feira, 8 de junho de 2011

As aldeias da margem do Rio Vizela 05/06/2011

No dia 5 de Junho de 2011 foi efectuado o percurso pedestre "As aldeias da margem do Rio Vizela" em Fafe. Por ser altamente recomendável, ficam aqui algumas fotos deste trilho, acessível a todos aqueles que gostam de caminhar.

Este percurso pedestre, sempre por caminhos antigos, compreende as localidades de Lagoa, Pedraído, Felgueiras e Gontim, as mais típicas zonas rurais de montanha do concelho de Fafe.

Todo o percurso é abundante em águas puras e cristalinas dos ribeiros, bosques de carvalhos e de pequenos campos laboriosamente trabalhados. [+informação]

terça-feira, 24 de maio de 2011

À descoberta de Mértola | Fotos

A magia do Sul, numa cidade branca e perfumada pelas especiarias e pela doce vegetação Primaveril, revelou-se generosa e surpreendente.

As cores do artesanato e dos rostos dos viajantes do Festival Islâmico de Mértola, foi o ponto de partida para uma caminhada por um montado repleto de biodiversidade e aromas, num dia de calor e luz.

Infelizmente, ao fim de alguns quilómetros de caminhada, descobrimos que a ponte que permitia cruzar a ribeira de Oeiras estava desmoronada, situação que obrigou-nos a regressar, impedindo-nos de completar o trilho previsto. No entanto, ficamos com a convicção, que nos destroços da ponte havia uma forma de efectuar a travessia da ribeira em segurança, caso o desejássemos.

O sol ardente e a vontade de aproveitar o festival, fizera-nos regressar a Mértola mais cedo que o previsto, com o desejo redobrado de voltar ao Sul, para finalizar o trilho que iniciamos e descobrir mais alguns mistérios dos horizontes intemporais do Alentejo.

domingo, 1 de maio de 2011

À descoberta de Mértola 21/05/2011

Mértola, em pleno Festival Islâmico, é o destino da próxima Evasão.


Localizado na confluência do Guadiana com um pequeno afluente (a ribeira de Oeiras), sobre um promontório rochoso, o povoado já era mencionado por geógrafos da Antiguidade que se referiam à imponência das suas fortificações.

Fenícios e cartagineses andaram por aí fazendo trocas de produtos e trazendo notícias e influências de “outros mundos”. O ano de 712 assinala o aparecimento dos árabes, e o começo de um longo período de prosperidade para a “Mirtolah” muçulmana.

Mértola é o sítio ideal para começar um trilho, que nos conduzirá não só através das ruas da vila, mas também à sua envolvente natural, ao som dos tambores e de cantigas árabes que darão ritmo ao nosso percurso de 18 km, a realizar em pleno Festival Islâmico. [+ informação]


Algumas ruas estarão transformadas em autênticos souks, com bancas onde artigos vindos do Norte de África conviverão com os produtos locais. Nesta altura os restaurantes geralmente aderem à iniciativa servindo pratos como cuscuz e tajines, e em vários lugares pode provar-se a doçaria marroquina, acompanhada por chá de menta, juntamente com os méis e queijos da região.

De acordo com o blog Lua, “o festival islâmico de Mértola é uma festa. A cor espalhada pelas ruas, o soar de melodias de outras gentes, os odores de incensos e ervas de cheiro, gente... gentes. Um raro cosmopolitismo invade durante os dias de festa a pacata vila. As calças de ganga e as roupas ocidentais misturam-se com as djellaba, as kamiss e o hijab. Os sabores de outras comidas mostram as similitudes numa cozinha que é o Mediterrâneo e que pouco a pouco a Europa dos hambúrgueres começa descobrir e a saber gostar. A vila amuralhada e iluminada pela Lua cheia ou pelo Sol tórrido, a lembrar este Sul de muitos outros, de repente reacende a memória de muitos mil anos de história que Mértola carrega ligada ao mar, ao comércio, às trocas comerciais, ao seu papel de entreposto numa larga malha de vias de comunicação que aqui não começavam, nem acabavam. Continuavam.”

Caminharemos pelas ruas brancas da vila, até ao montado que a circunda, para observarmos o povado a partir da paisagem, e saborear a primavera num Alentejo que vale a pena respirar.

O ponto de encontro para a caminhada será na Avenida Aureliano Mira Fernandes, perto da Rotunda de ligação com a Rua Dr. Afonso Costa, nas coordenadas 37°38'32.88"N e 7°39'31.45"W, às 10 horas da manhã do dia 21 de Maio de 2011. Caso desejem participar deverão enviar e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com, não esquecendo de levar comida, água, impermeável, chapéu, protector solar e botas de montanha.

Caso desejem integrar o grupo que efectuará a deslocação para Mértola ao final da tarde do dia 20 de Maio de 2011 a partir do Norte, deverão enviar um e-mail para evasaoverde@gmail.com, para que possa ser organizada a logística da viagem.

O regresso do grupo do Norte à Invicta será efectuado no dia 22 de Maio de 2011 durante a tarde, após um passeio pelas muralhas de Mértola ao ritmo das darbukas.

sábado, 30 de abril de 2011

Na senda dos Pastores 25/04/2011

Num excelente dia de sol, com algumas nuvens a polvilhar o horizonte, cruzamos o planalto adjacente às Penhas da Saúde, através de um trilho que permitiu explorar uma óptima amostra da grandiosidade da paisagem da Serra da Estrela.

O Miradouro de Cascalvo (com a sua deslumbrante perspectiva sobre o complexo glaciar constituído pelo vale de Manteigas), a Varanda dos Pastores (com o seu espectacular miradouro sobre a encosta sul da Estrela), o Lago Viriato, são apenas alguns dos muitos segredos que vale a pena descobrir na senda dos Pastores. [+ informação]

Para obteres o trilho “Na senda dos Pastores” clica aqui.

Rota do Carvão 24/04/2011

A Rota do Carvão conta uma parte da história de Manteigas, intimamente relacionada com a pastorícia, o centeio e a floresta.

Na zona de maior altitude do percurso, além do aproveitamento dos pastos naturais para o gado, que ainda hoje é aí pastoreado, era produzido carvão para venda na Vila de Manteigas através da queima da raiz da urze, popularmente designado de borralho.

A beleza da paisagem natural que o percurso proporciona é comprovada pela presença de Matos e Matagais e por Florestas de Folhosas, em contraposição com as esculturas naturais concebidas nas escarpas rochosas, como a Fraga da Cruz - majestoso cabeço granítico, o Fragão do Corvo e a Pedra Sobreposta.

Este percurso, além de atravessar as Penhas Douradas - pequena aldeia de montanha que teve a sua origem no tratamento em altitude de doenças do foro respiratório, dá a conhecer a Nave da Mestra – depressão topográfica que apresenta um largo plano rodeado por um maciço granítico muito fracturado.

O privilégio de se conhecerem estes sítios é completado pelo Vale das Éguas, pelo espelho de água de Vale Rossim, pela Charca do Perdigueiro, pela panorâmica incrível para o Vale Glaciar e para o acumular de serras que se estendem até Espanha. [+informação]

Para obteres a “Rota do Carvão” clica aqui.

Maciço Superior - Lagoa Comprida 23/04/2011

Depois de uma tarde de nevoeiro na Mata do Desterro, seguiu-se um Sábado chuvoso, com momentos em que o sol espreitou, nas alturas do Maciço Superior da Estrela.

Onde por vezes parecia haver só pedra, encontramos várias lagoas e novas perspectivas da Serra. O percurso permitiu-nos descobrir alguns dos amplos horizontes desta paisagem cintilante e pastoril, que merece ser percorrida.

Para obteres o trilho "Maciço Superior - Lagoa Comprida" clica aqui.

Rota dos Corvos 22/04/2011

A região da serra da Estrela é uma referência no turismo de ambiente nacional. As Aldeias Históricas, as tradições locais, a gastronomia regional, as paisagens naturais de elevada qualidade e a existência de uma fauna e flora abundantes e diversificadas, de que se destacam espécies raras como a lontra, a cegonha-negra, a lagartixa-de-montanha, o zimbro, o teixo e os narcisos, são exemplos de aspectos que proporcionam aos visitantes a oportunidade de um contacto próximo com a natureza e a cultura locais. [+informação]

A nossa Evasão à Serra de Estrela começou na Mata do Desterro em Seia.

Aqui, existem 3 percursos pedestres de reduzida dificuldade, que podem ser realizados nos dias em que as condições meteorológicas se encontram mais adversas (como foi o caso).
Como os percursos apresentam extensões relativamente reduzidas, criamos um 4º percurso “não oficial” que une o PR1 (Vale do Alva) e o PR3 (Cabeço dos Corvos), abrangendo toda a área.

Para obteres a “Rota dos Corvos” clica aqui.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Serra da Estrela: 4 dias, 4 trilhos


Nos próximos 4 dias serão efectuados 4 trilhos no Parque Natural da Serra da Estrela de acordo com o seguinte agendamento:

Dia 22 de Abril - Rota dos Corvos

Dia 23 de Abril - Maciço Superior - Lagoa Comprida

Dia 24 de Abril - Rota do Carvão

Dia 25 de Abril - Na senda dos Pastores

Quem desejar participar, deverá enviar um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Cidade da Calcedónia | Fotos

O trilho surpreendeu, cansou e encantou. Apesar da temperatura primaveril, o sol acompanhou-nos toda a tarde, quase fazendo acreditar que estávamos algures no Verão.

Desta vez fornecemos as coordenadas de inicio do trilho no Evasão Verde, o que permitiu a alguns caminheiros deslocaram-se directamente para Covide, reduzindo-se assim a fila interminável de carros "em marcha" para o local da caminhada.

O trilho principiou por uma área arborizada, acompanhando um curso de água que conduziu-nos às montanhas rochosas que nos aguardavam. Depois de atravessarmos um ribeiro, iniciamos a longa subida até à Calcedónia.

As palavras do Miguel (Torga) no seu 6º diário ilustram bem esta subida, dispensando palavras supérfluas: “A subida à Calcedónia, uma das coroas de gloria cá da terra. A tarde estava como um veludo, e as fragas, amolecidas pela luz, pareciam broas de pão a arrefecer. Do alto, a paisagem à volta era dum aconchego de berço. Muros sucessivos de cristas — círculos concêntricos de esterilidade — envolviam e preservavam a solidão. Nas vezeiras, resignadas, as rezes esmoíam os tojos como quem ajeita um cilício ao corpo. E mais uma vez me inundou a emoção de ter nascido nesta pequena pátria pedregosa que é Portugal. Há nessa condenação como que uma graça dos deuses.

Por entre pedras e paisagem, com as flores sempre presentes e a imensidão do relevo no horizonte, atingimos a mítica fenda.

Apesar da caminhada ter corrido bem, o trilho apresenta algumas dificuldades que requerem dos participantes alguma robustez física para que as várias dificuldades da montanha sejam vencidas com sucesso.

Convém referir, que após a passagem pela fenda, percorremos um trilho paralelo ao maciço onde a fenda se encontra que nos conduziu com facilidade novamente à entrada da gruta. Aqui optamos por regressar ao ponto inicial do trilho pelo mesmo caminho anteriormente efectuado, uma vez que o trajecto que fechava o “círculo da caminhada” apresentava uma marcação duvidosa, conduzindo-nos para duas opções pouco promissoras para um grupo grande, com uma ampla faixa etária e diferentes níveis de preparação: (i) uma passagem através do alto das fragas para contornar a Calcedónia de regresso a Covide (supostamente o trilho oficial), ou (ii) uma descida através de um vale repleto de vegetação densa (supostamente o trilho não oficial, mas um caminho possível para efectuar o regresso à aldeia). Uma vez que por vezes “o óptimo é inimigo do bom”, a 3 km do fim optamos por regressar pelo caminho por onde viemos, percorrendo mais 5 km do que o previsto.

Uma nova Evasão à Calcedónia será agendada para breve.