domingo, 26 de fevereiro de 2012

À descoberta da Freita 11/03/2012

No próximo dia 11 de Março de 2012 será efectuado um percurso na Serra da Freita que integrará a Rota do Ouro Negro e o Caminho do Carteiro, num itinerário alternativo com aproximadamente 21 quilómetros.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã do dia 11 de Março na aldeia de Fuste nas seguintes coordenadas:
40°54'12.21"N (latitude) e 8°12'57.79"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Laguna de los Carros 21/02/2012

Entre Sotillo e Sanabria existe uma montanha mergulhada em carvalhos, com um lago no cume, e vastas superfícies alagadas nas cotas mais baixas onde repousam vacas, cavalos e tranquilos cães lobeiros que protegem um lugar que respira da simbiose entre a montanha e a pastorícia, num quadro único ao alcance de todos.


No dia 21 de Fevereiro iniciamos um percurso de aproximadamente 11 quilómetros intitulado “Laguna de los Carros” em Ribadelago, subindo pela encosta do maciço montanhoso que ladeia o Lago Sanabria a Sul. Com a companhia de pequenos regatos gelados, e pontuais miragens do espelho de água de Sanabria entre os ramos despidos dos carvalhos, alcançamos a lagoa num extenso planalto vigiado pelos maciços graníticos que se erguem entre as Cascatas de Sotillo e a Laguna de los Carros.

Ficam as fotos para contar a história.

Cascada de Sotillo 20/02/2012

Os livros dizem que a Rota da “Cascada de Sotillo” é uma das mais bonitas do Parque Natural do Lago Sanabria, e possivelmente uma das mais conhecidas. De facto, os livros estavam certos, e as palavras mais uma vez relevem-se escassas para explicar o porquê desta afirmação.


No dia 20 de Fevereiro, iniciamos um percurso de aproximadamente 14 quilómetros na pequena igreja de Sotillo, a poucos quilómetros de Sanabria, seguindo por uma estrada sinuosa de pedra, ladeada por carvalhos despidos rumo a ocidente. Com a companhia pontual de algum gado calmo, atravessamos o pequeno “Rio Truchas”, alcançando uma área aberta, com uma vasta panorâmica sobre o vale e sobre as cascatas de Sotillo, que ao longe pareciam congeladas, apesar do burburinho distante da água que se fazia sentir.

Depois de uma sessão fotográfica à paisagem envolvente, dirigimo-nos para o alto da serra, passando por um magnífico circo de montanhas, ladeando uma planície repleta de ecos e de vestígios enigmáticos de animais que recordam a feliz presença do lobo ibérico nestas andanças.

Ao final de alguns quilómetros de uma subida tranquila alternada por zonas de carvalhos, pequenas áreas abertas de planalto, penedos esboroados e regatos gelados, chegamos à bifurcação de acesso à lagoa de Sotillo. Ao final de poucos minutos, fomos subitamente confrontados com uma visão inesperada: um vasto espelho de água gelado, brilhando na montanha. Mais uma vez, o cenário assemelhou-se a uma fantasia invernal de um qualquer escritor de contos do norte da Europa.

Após nova sessão fotográfica à lagoa, do alto dos penedos que a preservam, sem saber exactamente o que fotografar devido à elevada taxa de elementos estéticos por metro quadrado, seguimos por um prado aberto até ao maravilhoso bosque que guarda a Cascata de Sotilho. Mais uma bifurcação, e uma extraordinária visita a um dos elementos mais preciosos do percurso.

Gradualmente, um bafo frio foi-se fazendo sentir acompanhado de um murmúrio crescente recordando uma queda de água. Entre os ramos dos carvalhos surgiu o corpo de um gigante branco intenso, contrastante com os castanhos desmaiados da vegetação. A cascata de gelo brindou-nos com uma presença indiscritível: como que por magia, parecia que a alta queda de água tinha sido suspensa num instante único, transformando-se numa monumental estátua de cristal brilhando no coração da floresta.

Abandonamos a cascata, e descemos pela encosta com passo rápido, desviando-nos dos peliculas de gelo trapaceiro, e das folhas secas deslizantes, chegando no meio de uma tarde luminosa ao parque de merendas de Sotillo. Já na aldeia, uma anciã vestida de preto apontou-nos o caminho para a igreja, fechando o circuito de um percurso que valerá a pena repetir.

A tarde transformou-se em noite. Puebla de Sanabria acolheu-nos mais uma vez com as suas muralhas, onde retemperarmos forças naquele que provavelmente é o melhor restaurante de todo o povoado e arredores: a Méson Abelardo. Frio e carnavalesco findou-se o segundo dia desta Evasão por terras sanabresas.

Circular ao Lago Sanabria 19/02/2012

Começamos a Evasão prevista para 19 de Fevereiro de 2012 no antigo Mosteiro de Santa Maria, localizado na encosta norte do lago Sanabria, num dia frio de Inverno em terras de Zamora, em Espanha. Atravessando o pequeno povoado de San Martin de Castañeda iniciamos os 13 quilómetros de um percurso circular em volta do maior lago glaciar da Península Ibérica.


Ao final de algumas passadas por um povoado acolhedor, com gente franca de sorriso aberto, abandonamos a estrada para iniciar uma tranquila descida através de um bosque de carvalhos até à praia de areia clara, nas margens de um vasto espelho de água suspenso numa fantasia invernal de um qualquer escritor de contos do norte da Europa.

Nas águas de Sanabria, as encostas magníficas de pedra, numa construção ampla e intensa, reflectiam uma imagem forte de um mundo silencioso polvilhado com cabanas suspensas. Passando a ponte sobre o rio Tera, iniciamos uma trajectória pela margem sul rumo a uma pequena povoação sobranceira ao canhão do Tera.

Atravessamos uma Ribadelago perfumada com aromas a lareiras e a assados, repleta de ruínas e monumentos em memória de uma tragédia antiga que há mais de cinquenta anos vitimou um quinto dos seus habitantes. Deixando os mistérios suspensos, entramos na “Senda dos Monges”, caminho de pedra antigo ladeado por carvalhos, penedos e vacas, que nos conduziu numa intensa subida pela montanha com panoramas aéreos soberbos sobre toda a grandiosidade do lago.

Lá em cima San Martin de Castañeda e o seu sublime Mosteiro aguardavam-nos com mais sorrisos francos, e aromas a assados, que nos convidaram a experimentar a gastronomia sanabresa numa taberna aconchegante a poucos quilômetros do lago, nas muralhas da cidade medieval de Puebla de Sanabria.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

À descoberta de Sanabria 19-21/02/2012

Nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro de 2012 partiremos à descoberta do maior lago glaciar da Península Ibérica, para efectuar três trilhos de acordo com o agendamento a seguir apresentado.


Data: 19 de Fevereiro de 2012
Hora local: 12:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°8'7.55"N / 6°43'13.29"W
Trilho: Circular ao Lago Sanabria

Data: 20 de Fevereiro de 2012
Hora local: 11:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°5'29.51"N / 6°43'18.23"W
Trilho: Cascada de Sotillo

Data: 21 de Fevereiro de 2012
Hora local: 11:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°6'51.52"N / 6°44'20.28"W
Trilho: Laguna de los Carros

Os percursos apresentam um grau de dificuldade relativamente fácil, sendo recomendados para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

À descoberta da Lousã | Fotos

Iniciamos o percurso perto do centro da Vila da Lousã, terra onde a cestaria, os trabalhos em xisto, a cerâmica, os bordados, e a bijuteria, convivem com produtos tradicionais como a doçaria, os vinhos, o mel e os licores, num cenário verde de natureza e história que ousamos explorar.

A Rota dos Moinhos, com início na fábrica de Papel do Prado, conduziu-nos pela mata verdejante que ladeia o rio Arouce até ao Castelo da Lousã, localizado num estreito contraforte da serra.

Não se conhece ao certo quando foi edificado aquele que também é designado por Castelo de Arouce, mas a tradição popular conta que na época da ocupação muçulmana, um emir de nome Arunce, que teria sido expulso da “antiga Coimbra” (Conimbriga) pelas forças cristãs, antes de se dirigir ao Norte de África, para pedir reforços, terá construído o Castelo para proteger a sua filha, de nome Peralta e as suas riquezas.

Depois de uma sessão fotográfica ao castelo, seguimos pela Rota das Aldeias do Xisto, percurso que evolui em grande parte nas encostas da Serra da Lousã e faz a ligação do Castelo da Lousã e a Ermida de Nossa Senhora da Piedade com duas das mais emblemáticas aldeias desta serra.

O Talasnal e o Casal Novo são aldeias cravadas na montanha, ligadas entre si por uma história e cultura comuns. Levantadas com pedras “sem reboco nem pinga de tinta”, as casas destas aldeias com janelas que parecem postigos tomam o aspecto de fortalezas, apresentando assinaláveis semelhanças com os povoados das aldeias marroquinas do alto Atlas.

O Talasnal é um dos povoados serranos mais característicos, quer pela sua localização no abraço da serra, quer pela sua arquitectura bem conservada, que espelha a identidade única das Aldeias do Xisto. As casas muito juntas nascem do chão como espigões. A separá-las, vielas estreitas e sinuosas que dão a perfeita ideia de labirinto, vigiadas por gatos e portadas entreabertas.

A escada de uma das antigas casas conduziu-nos até ao “Retalhinho”, loja de artesanato, licores, e doçaria caseira, que permitiu uma pequena sessão de degustação que redobrou o nosso ânimo, antes de seguirmos para a aldeia de Casal Novo, inicio da acentuada descida que nos conduziu de regresso ao Castelo, e posteriormente à Vila da Lousã.

Ao final de mais uma jornada, as palavras escasseiam para descrever a beleza inexplicável dos bosques, dos regatos e das paredes de xisto, que resistem frias ao tempo, salvaguardando lareiras onde as gentes se aquecem, bebericando aguardante de mel enquanto se relembram as lendas de uma terra rica em tradições e mistérios.