domingo, 2 de setembro de 2012

À descoberta da Escócia | Fotos

No dia 22 de Agosto de 2012 partimos à descoberta de um país que reúne algumas das áreas mais impressionantes da vida selvagem do Reino Unido. Efetuando 12 percursos pedestres de excelência, ao longo de 11 dias, descobrimos cenários de enorme beleza, com montanhas, lagos e orlas costeiras de tirar o fôlego.

Na nossa viagem demos a volta à Escócia, atravessando os 440 km de extensão do território, incluindo uma visita às ilhas Orkney e Skye, o que permitiu desvendar uma topografia montanhosa, com charnecas de urze selvagem a norte e oeste, florestas de pinheiros mediadas por amplas pastagens, quintas férteis a leste e, a sul, os montes arredondados e cobertos de erva das Terras Baixas.

Este país de contrastes brindou-nos com as montanhas imponentes das Highlands e com as suaves ondulações dos vales das Lowlands, acompanhadas por falésias abruptas e densas florestas milenares. Entre a paisagem, exploramos os românticos castelos escoceses, localizados quer em pequenas ilhas suspensas em lagos tranquilos, quer em encostas escarpadas junto ao mar.

Obviamente, não podemos deixar de mencionar as rotas pelos maltes escoceses, efectuadas em aconchegantes pubs, onde a hospitalidade de um povo acolhedor e "bem-disposto" faz com que qualquer viajante se sinta em casa.

O primeiro trilho "calcorreado" foi em Inchcailloc, que nos permitiu conhecer uma pequena e verdejante ilha localizada no coração do Loch (lago) Lomond. Posteriormente, seguimos pelo trilho do Conic Hill, para obter uma panorâmica ampla do lago, das ilhas e das montanhas circundantes.

Deslocando-nos para noroeste, encontramos o Loch Morlich e um pequeno trilho circular neste lago, pautado por uma floresta verdejante e antiga, nas margens do espelho de água. De seguida, rumamos até Inverness, capital das Highlands, para aceder ao lago do famoso monstro, a Nessy, que infelizmente só conseguimos avistar o pescoço, do alto do trilho Old CoffinRoad.

Apanhando novamente a estrada, fomos até um dos locais mais emblemáticos da Escócia: a ilha Skye. A maior das Hébridas interiores pode ser alcançada pela extraordinária ponte sobre o Atlântico, que liga Kyle of Lochalsh a Kyleakin. Uma história geológica turbulenta concedeu à ilha algumas das paisagens mais diversas e acentuadas da Grã- Bretanha. Do planalto vulcânico no norte da Skye até aos cumes esculpidos pelo gelo dos Cuillins, a ilha é dividida por inúmeros braços de mar, nunca deixando o viajante a mais de 8 km do Atlântico. Aqui, efectuamos um trilho extraordinário, no ponto mais a norte, intitulado Rubha Hunish, que nos proporcionou uma amostra significativa deste local tão precioso da Escócia.

Abandonando Skye, seguimos para norte, para conhecer um dos locais mais extraordinários desta Evasão. Localizado no alto de uma colina com grandes panorâmicas, o Fyrish Monument surgiu como um vulto em pedra na paisagem, lembrando a força da identidade de um povo em harmonia com a natureza.

Continuando para norte, passando por Altnaharra, encontramos uma das montanhas mais espetaculares das Highlands: o Ben Hope. Em condições meteorológicas instáveis, com ventos a roçar os 50 km/h, e a ameaça constante de tempestade, subimos ao cume, descobrindo amplas perspectivas dos maciços montanhosos das Terras Altas.

Apanhando uma estrada de montanha, seguimos para noroeste até à pequena cidade portuária de Scrabster, onde entramos num ferry com destino às Orkney. Atravessando a ilha, exploramos os lendários círculos de pedra, percursores do mítico Stonehenge, e efetuamos o percurso Brough of Birsay, no extremo norte da ilha.

Seguindo por ferry numa viagem nocturna de 7h até Aberdeen, conduzimos novamente pelas estradas escocesas até Stoneheaven, para desvendar o memorial de Black Hill e o castelo de Dunotar. A cidade de Stirling, o nosso próximo destino, presenteou-nos com um percurso com epicentro no Wallace Monument, que lembra a vitória de William Wallace sobre os ingleses na luta pela independência da Escócia.

Concluímos a nossa Evasão com quatro trilhos que nos permitiram desvendar Edimburgo: Old Town, New Town, Calton Hill e Arthur's Seat. O centro da capital está dividido ao meio pela Princes Street, a principal zona de comércio da cidade. A sul situa-se a Old Town, local da antiga cidade, que se desenvolveu ao longo da Royal Mile, desde o Castle Rock, a oeste, até ao The Palace of Holyroodhouse, a leste. No final do século XVIII, iniciou-se a construção da New Town a norte da Princes Street, exemplo mundial da arquitetura urbana jorgiana, com as suas fachadas elegantes e ruas amplas.

Não podíamos deixar a Escócia sem visitar o Castelo de Edimburgo, situado no centro de basalto de um vulcão extinto, onde estão guardadas as Insígnias Reais e a Pedra do Destino, relíquia dos antigos reis escoceses, usurpada pelos ingleses e devolvida ao país em 1996.

Após a viagem, fica a memória de uma terra com características únicas, com o seu traje nacional tão próprio (o kilt), a gastronomia regada com whisky e cervejas tradicionais, a gaita-de-foles, a paisagem e o folclore, que constitui uma identidade reconhecida em todo o mundo. Fica o registo de um país de contrastes espantosos, detentor de uma natureza mágica, quer seja vista envolta em névoa ou erguendo-se majestosa sobre um lago.


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

À descoberta da Escócia 22/08/2012

No dia 22 de Agosto de 2012 partiremos rumo à Escócia, para explorar um dos locais mais misteriosos da velha Europa: uma região com uma história turbulenta, antigos castelos, e um inverno rigoroso, berço do inigualável “scotch whisky” que aquece as gentes das highlands nas noites mais frias (e a garganta dos viajantes mais friorentos).

Terra de mitos e lendas, repleta de histórias transmitidas de “geração em geração”, a Escócia é vigiada pela silhueta de altas montanhas, guardiãs de tesouros indiscritíveis que se revelam ao longo de inúmeros trilhos admiravelmente documentados no website walkhighlands. Ilhas mágicas e antigas florestas de pinheiros repletas de contos de monstros e criaturas mágicas, que estão na origem de grande parte do imaginário ocidental perpetuado em livros, filmes e outras expressões artísticas que povoam a fantasia de novos e velhos, coexistem com cidades monumentais firmemente enraizadas na paisagem.
É esta terra, intensa em cultura e carácter, que inspirou tantos artistas a construírem quadros de sonho que transformaram o mundo. E o melhor de tudo, é que a Escócia não é um mito - existe! -  e será alvo de uma Evasão, que se espera ser a primeira de muitas, a um local verdadeiramente Verde, rodeado pelo azul profundo de um Atlântico frio e infinito.

Fazendo uma ponte entre as terras celtas do tão nosso planalto Mirandês, deixaremos as memórias do Intercéltico nas raízes das montanhas torradas de Trás-os-Montes, e zarparemos rumo a Norte, acompanhados pelo som dos tambores e das gaitas de foles, para descobrir uma paisagem única, que aqui documentaremos, na perspectiva de promover novas Evasões a um local tão precioso, acessível a todos aqueles que gostam de caminhar.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Arribas de Sendim & Intercéltico 05/08/2012

No dia 5 de Agosto de 2012 efetuaremos o percurso “As arribas de Sendim”, em pleno Festival Intercéltico, ao som das gaitas de foles e dos tambores. Com aproximadamente 15 quilómetros de extensão, o percurso terá início na igreja da Vila de Sendim, e desenvolver-se-á de uma forma circular, conduzindo-nos por antigos estradões até às arribas do Douro.

A hora de inicio da caminhada será marcada na véspera, pelo que os interessados deverão enviar um e-mail para evasaoverde@gmail.com para obter informação precisa do agendamento da mesma, e proceder à confirmação de eventual participação.


Importa referir que esta Evasão será uma excelente forma de usufruir da 13ª edição Intercéltico de Sendim, que realizar-se-á entre os dias 3 e 5 de Agosto. Aos habituais dois dias de animação folqueira com seis espetáculos no Parque das Eiras, adiciona-se mais uma noite de tradição mirandesa.


A décima terceira edição do Festival Intercéltico de Sendim ficará marcada pelos concertos de dois grandes grupos da folk europeia: GWENDAL (grupo proveniente da Bretanha francesa, a celebrar 40 anos de vida!…) e NUEVO MESTER DE JUGLARIA (fundados em finais de 1969, oriundos das vizinhas terras de Castilla y Léon). Duas apostas fortíssimas, às quais não podemos deixar de acrescentar a vinda de um dos mais aclamados grupos no que se refere a concertos ao vivo, os LE VENT DU NORD (vindos das longínquas paragens do Quebéc canadiano).

Bem menos remotas mas bastante diversificadas são as terras de origem dos elementos do grupo ASSEMBLY POINT (Portugal, Galiza e Irlanda), numa “mistura” musical verdadeiramente explosiva. E, para representarem a folk portuguesa, nada mais nada menos do que dois grupos da respectiva frente de excelência: os REALEJO e os TOQUES DO CARAMULO.

Para mais informações consultar o site do evento.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Rota do Carvão | Fotos

Fica o registo fotográfico de um percurso pedestre efetuado no passado dia 8 de Julho de 2012 em plena Serra da Estrela, com aproximadamente 20 quilômetros de extensão.

domingo, 24 de junho de 2012

Rota do Carvão 08/07/2012

No dia 8 de Julho de 2012 partiremos até à Serra da Estrela para efetuar um percurso que conta uma parte da história de Manteigas, intimamente relacionada com a pastorícia, o centeio e a floresta: a Rota do Carvão, com uma extensão de aproximadamente 20 km.

Na zona de maior altitude do percurso, além do aproveitamento dos pastos naturais para o gado, que ainda hoje é aí pastoreado, era produzido carvão para venda na Vila de Manteigas através da queima da raiz da urze, popularmente designado de borralho.

A beleza da paisagem natural que o percurso proporciona é comprovada pela presença de Matos e Matagais e por Florestas de Folhosas, em contraposição com as esculturas naturais concebidas nas escarpas rochosas, como a Fraga da Cruz - majestoso cabeço granítico, o Fragão do Corvo e a Pedra Sobreposta.

Este percurso, além de atravessar as Penhas Douradas - pequena aldeia de montanha que teve a sua origem no tratamento em altitude de doenças do foro respiratório, dá a conhecer a Nave da Mestra – depressão topográfica que apresenta um largo plano rodeado por um maciço granítico muito fracturado.

O privilégio de se conhecerem estes sítios é completado pelo Vale das Éguas, pelo espelho de água de Vale Rossim, pela Charca do Perdigueiro, pela panorâmica incrível para o Vale Glaciar e para o acumular de serras que se estendem até Espanha.


A caminhada começará às 10:00 da manhã na Vila de Manteigas nas seguintes coordenadas:  40°24'14.80"N / 7°32'37.74"W.

O percurso apresenta um grau de dificuldade moderado, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, protector solar e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Caminho do Xisto da Benfeita | Fotos

Fica o registo fotográfico de um percurso pedestre em terras de Xisto, efetuado no passado dia 10 de Junho de 2012, ao longo de 10 quilômetros dos antigos caminhos que unem as aldeias da Serra do Açor.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

À descoberta da Serra da Boa Viagem | Fotos

Fica o registo fotográfico de um percurso pedestre na Serra da Boa Viagem, efetuado no passado dia 7 de Junho de 2012, ao longo de 11 quilômetros de bosques de vegetação intensa, e amplos horizontes sobre o Atlântico.

domingo, 3 de junho de 2012

Caminho do Xisto da Benfeita 10/06/2012

No dia 10 de Junho de 2012 partiremos até às imediações de Arganil para efetuar o Caminho do Xisto da Benfeita.


A caminhada começará às 11:00 da manhã na aldeia da Benfeita nas seguintes coordenadas: 40°13'45.62"N / 7°56'42.51"W.

O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo no entanto recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, protector solar e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

À descoberta da Serra da Boa Viagem 07/06/2012

No dia 7 de Junho de 2012 partiremos até à Figueira da Foz para efetuar um percurso na Serra da Boa Viagem.


A caminhada começará às 11:00 da manhã na Praia da Murtinheira em Quiaios nas seguintes coordenadas: 40º12'12.47"N / 8º53'50.41"W.

O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo no entanto recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, protetor solar e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Linha do Corgo | Fotos

Fica o registo fotográfico do percurso da Linha do Corgo, efetuado no passado dia 27 de Maio de 2012, ao longo do que resta dos 26 quilômetros da antiga via férrea que ligava Vila Real à Régua.

 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Linha do Corgo 27/05/2012

No próximo dia 27 de Maio de 2012 efetuaremos o percurso da Linha do Corgo, antiga linha de comboio com aproximadamente 26 quilômetros que conectava Vila Real ao Peso da Régua.


A caminhada começará às 09:00 da manhã, em frente ao edifício principal da antiga estação de comboios de Vila Real nas seguintes coordenadas: 41°17'39.81"N / 7°44'19.28"W.

Os participantes provenientes do Porto poderão deslocar-se até ao ponto de encontro através da Rodonorte, apanhando a camioneta das 07:00 que chega a Vila Real às 08:30. O regresso poderá ser efectuado no comboio que parte da Régua às 20:32 e chega ao Porto às 22:49.

O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo no entanto recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Trilho do Cobertorinho 20/05/2012

Na manhã chuvosa do dia 20 de Maio de 2012 efetuamos Trilho do Cobertorinho, que percorre o litoral de Caminha e as extremidades da Serra de Arga, com o Oceano Atlântico, o Rio Minho e o monte de Santa Tecla no horizonte.


O trilho incluiu panorâmicas soberbas da costa atlântica, uma passagem pelo frondoso Pinhal do Camarido (mandado plantar por D. Dinis no início do séc. XIV), e perspectivas magníficas do forte/ilha da Ínsua, nas imediações de Moledo.

Este percurso tão rico em atributos culturais e paisagísticos revelou diversos elementos estéticos de natureza tão variada como por exemplo o Monte do Castro e do Facho, o Marco Geodésico do Cobertorinho, a Capela de Santo Antão, o Miradouro da Fraga, a Porta da Vila e a Torre do Relógio de Caminha, o estuário e a foz do Rio Minho, a antiga estação de comboios e a praia de Moledo, entre outros pormenores de uma região de montanha e praias de areia branca, onde repousam pranchas de surf e redes de coloridos barcos pesqueiros.

Serranias de Folón e Picón 19/05/2012

No dia 19 de Maio de 2012 partimos rumo a Norte para efetuar um percurso com aproximadamente 15 quilômetros, que integrou a rota dos Moinhos do Folón e do Picón com um caminho alternativo pelas serranias do Rosal, a comarca mais a Sul da Galiza.


Depois de subirmos pela encosta que abriga os 60 emblemáticos moinhos que cativam tantos visitantes que chegam à região, seguimos pelos vastos caminhos de uma floresta ampla e cuidada, inundada pelas cores primaveris que ganharam intensidade com os aguaceiros fracos que se fizeram pontualmente sentir.

No alto da serra encontramos a Poça dos Corvos, o marco geodésico do Alto do Couto e o miradouro do Campo do Torroso, com vastas panorâmicas sobre a costa galega, albergando um quadro único que incluiu um Rio Minho aberto para o oceano na sombra piramidal do Monte de Santa Tecla.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Percurso de Salreu 13/05/2012

No final da tarde do dia 13 de Maio de 2012, deixamos a Redinha e as Terras de Sicó e dirigimo-nos até à BioRia, projecto pioneiro de conservação da natureza e biodiversidade da Câmara Municipal de Estarreja.

De acordo com site oficial da BioRia, “conhecer para aprender a valorizar e conservar foi a política que norteou este projecto que, através da requalificação de zonas ambientalmente degradadas, permitiu a criação de uma Rede de Percursos Pedestres e Cicláveis em contacto directo com a Natureza. Fisicamente surgiu em 2005, com a implementação do Percurso de Salreu, dotado de painéis informativos e estruturas de apoio que permitem ao visitantes usufruir do local de uma forma cómoda, prática e divertida”.

Os horizontes foram alargados com a criação em 2009 de três novos percursos que, de uma forma complementar, constituem um mosaico de habitats diversificados que lhe conferem uma elevada beleza paisagística, oferecendo diariamente aos visitantes um excelente retiro à vida stressante do quotidiano. A expansão da Rede de Percursos Pedestres permitirá a ligação de Norte a Sul das 7 freguesias do Concelho, pelos caminhos da frente lagunar recortada, vencendo os Rios Antuã, Jardim e Gonde, através dos verdes campos de Bocage”.

O Centro de Interpretação Ambiental, estrategicamente localizado no início do Percurso de Salreu, é a porta de entrada na Ria de Aveiro, ponto de recepção dos visitantes e um pólo de dinamização de inúmeras actividades de sensibilização ambiental”.

Desta vez ficamos a conhecer o percurso de Salreu, com início e fim junto ao Centro de Interpretação Ambiental da Bioria. 


Este percurso apresenta 8 km de extensão, atravessando áreas de enorme beleza paisagística, como campos de arroz, sapais, juncais e caniçais. A presença do Rio Antuã e do Esteiro de Salreu, ligados por uma rede de valas, permite a comunicação entre todos os habitats, justificando os elevados índices de biodiversidade existentes.

Ficam as fotos para contar a história.

Canhão do Vale do Poio | Fotos

No dia 13 de Maio de 2012 efectuamos o percurso “Canhão do Vale do Poio”, em Terras de Sicó. Fica o registo fotográfico da primeira parte de um dia esplêndido, finalizada na aldeia da Redinha, local onde se travou uma das mais significativas batalhas entre o exército português e as tropas napoleônicas em 1811.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O canhão do Vale do Poio 13/05/2012

No dia 13 de Maio de 2012 partiremos até Terras de Sicó para efectuar o percurso do “Canhão do Vale do Poio”, com aproximadamente 9 quilómetros de extensão.


A Sul das vistosas Ruínas Romanas de Conimbriga, com vistas largas para os grandes cabeços calcários que se agigantam sobre os seculares e majestosos matos de carvalhos de Sicó, esconde-se um imponente Vale, que manteve até agora os seus encantos resguardados devido à inacessibilidade destas paragens, sendo apenas do conhecimento dos Pastores e de alguns caminheiros.

Afortunadamente, uma fauna selvagem pouco comum, como o bufo-real, o peneireiro e o andorinhão-real, encontrou aqui abrigo suficientemente seguro. Hoje, o Vale do Poio é um dos maiores “canyons” portugueses, formado por grandiosas vertentes escarpadas, que outrora a água escavou e modelou, aguardando-nos com um património natural surpreendente que valerá a pena descobrir.

A caminhada começará às 11:00 da manhã na Aldeia de Poios nas seguintes coordenadas: 39°59'21.37"N / 8°33'29.93"W.

O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo no entanto recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Rota das Pesqueiras 29/04/2012

No dia 29 de Abril de 2012, em plena Festa do Alvarinho e do Fumeiro de Melgaço, efectuamos a Rota das Pesqueiras, que percorre as margens do rio que torna férteis os vinhedos do vinho que caracteriza o Minho.


Olhadas de longe, as pesqueiras parecem colossos naturais onde o rio Minho bate com força deixando rastos de espuma. Velhas de séculos ou mesmo quase milenares, pois já no século XI eram referidas em doações a mosteiros e ao cabido de Tui, as pesqueiras do Rio Minho, como bens culturais, fazem parte do património paisagístico do Minho e testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para se implementarem, na sua orientação em relação às correntes do rio, no trabalhar a pedra e erguer dos panos dos muros, na escolha da arte da pesca mais adequada e ainda no sistema de partilha comunitária do seu uso.

De acordo com o livro "As pesqueiras do Rio Minho" de Antero Leite, estas estruturas 
"(...) são o resultado da transformação, pelo homem, das massas rochosas existentes nas margens do Minho em pontos de pesca. De arquitectura popular se trata, pois os seus construtores eram originários das comunidades camponesas ribeirinhas, mestres pedreiros que possuíam um conhecimento profundo das correntes do rio, o que lhes permitia decidir por determinada forma e disposição daquelas construções fixas para a pesca fluvial (...) Foram e continuam a ser importantes na economia e ocupação humana da Ribeira Minho pela complementaridade de rendimento que a sua exploração proporcionou e ainda proporciona às populações ribeirinhas (...).


Ficam as fotos para contar a história.

À descoberta de Cinfães | Fotos

No dia 25 de Abril de 2012 efectuamos um trilho da Rede de Percursos Pedestres de Castro de Aire, com aproximadamente 11 quilômetros de extensão.

Fica aqui o registo fotográfico do Percurso das Minas, efectuado num dia chuvoso de Abril, que intensificou as cores da paisagem, adicionando uma aura de mistério às pequenas aldeias isoladas, às silenciosas minas de volfrâmio, e às altas serras enubladas que guardam gentes e tradições perdidas nos confins do nosso país.

sábado, 7 de abril de 2012

À descoberta de Cinfães 25/04/2012

No dia 25 de Abril de 2012 partiremos até Cinfães para efectuar o Percurso das Minas.

A caminhada começará às 11:00 da manhã nas seguintes coordenadas: 40°57'36.44"N / 8°4'52.44"W.


O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo no entanto recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

Rota do Baleal 07/04/2012

O Baleal ainda é uma aldeia-paraíso, resistindo às desgraças urbanísticas originadas do outro lado da língua de areia que lhe dá acesso na baixa-mar. O areal cresce para norte até à Foz do Arelho e para sul até Peniche de Cima. No meio situa-se a «ilha-península» do Baleal, à sua frente a ilha das Pombas, depois o ilhéu de Fora e o Atlântico.

A praia do Baleal é considerada uma das mais belas do litoral estremenho, de acesso a seco na maré vazia e a vau ou de barco quando as águas já não permitem a passagem. Acordamos mais cedo e, com a maré vazia percorremos toda a extensão do areal, regressando pelo topo das falésias, já com o oceano erguendo-se para uma intensa praia mar, fustigando a base das arribas.

Circular a Peniche 06/04/2012

Se recuássemos no tempo para além do século XV, em vez de uma península onde fica Peniche e o Cabo Carvoeiro, antes encontraríamos uma ilha separada da costa, e num recorte mais profundo desta última, com feição portuária, a povoação de Autouguia da Baleia.

Mas as areais que se foram juntando entre essa ilha e a terra próxima e o entulhamento progressivo do pequeno porto vizinho e do rio que lhe dava origem foram a pouco e pouco transformando a geografia e a paisagem, a caminho do que hoje por ali se encontra: em vez da ilha, uma península; em vez de um porto interior, o fértil e amplo vale de Ferrel, transformando aquele porto numa povoação interior, embora sempre próxima do litoral.

Ao longe, a uma escassa dúzia de quilómetros, já no Atlântico, surgem as Berlengas e os Farilhões, pequenas ilhas e rochedos desligados do litoral num viver de exilio, habitados em tempos por frades expulsos pela pirataria argelina, pela guarnição do Forte de São João Baptista e hoje pelos faroleiros e raros pescadores.

No dia 6 de Abril, num percurso de aproximadamente 12 quilómetros, visitamos uma terra de pescadores e surfistas, vigiada pelo cântico sempre presente das aves marinhas, que pairam sobre as falésias, suspensas entre o céu e o oceano.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

À descoberta de Peniche 6-7/04/2012

Nos dias 6 e 7 de Abril de 2012 partiremos à descoberta de Peniche, para efectuar dois trilhos de acordo com o agendamento a seguir apresentado.


Data: 6 de Abril de 2012
Hora local: 11:00
Coordenadas do ponto de partida: 39°21'16.43"N / 9°22'49.91"W
Trilho: Circular a Peniche

Data: 7 de Abril de 2012
Hora local: 09:00
Coordenadas do ponto de partida: 39°22'25.60"N / 9°20'28.35"W
Trilho: Rota do Baleal

Os percursos apresentam um grau de dificuldade baixo, sendo recomendados para iniciantes ao “trekking”. Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago | Fotos

O percurso decorreu numa zona de montanha, a Serra da Aboboreira, de elevado valor cultural e natural, preservada do progresso urbanístico, por séculos de isolamento geográfico e pela subsequente desertificação humana. Aqui as gentes, ancestralmente adaptadas a esse ambiente e vivendo em tradicionais casas graníticas de arquitectura vernácula, ainda cultivam a leira à força braçal e animal.

Tal ambiente, calmo e pouco povoado, propicia a existência de nichos ecológicos para variadíssimas espécies da fauna e flora de grande valor natural, que aí encontram refúgio. Pelo caminho percorremos bosques de carvalho, campos de cultivo sobranceiros às aldeias e zonas de vegetação arbustiva.

Salpicando a paisagem podemos observar majestosas fragas com formas finamente arredondadas, lembrando silenciosos guardiões da serra. Umas vezes são usadas como apoio amigo que protege das intempéries, pelo que ancestralmente a gente partilhava com elas o seu lar ao construir as suas casas a elas encostadas. Outras vezes, estes geomonumentos, pela desproporção e “equilíbrio ameaçador” em que se encontram, inclinadas sobre as habitações, parecem querer recordar ao Homem a sua pequenez e o quanto a sua existência está nas mãos do destino.

As construções de pendor religioso salpicam a paisagem, como é o caso das capelas de São Clemente, São Tiago, São Brás e São Bento do Pinhão.

Durante o trajecto percorremos caminhos antigos de ladeados de muros de pedra, muitas vezes escavados na rocha-mãe, por sua vez sulcados pelos rodados dos carros de bois, testemunhas do tempo em que a necessidade obrigava a tirar o sustento de terras pobres e declivosas.

Fica o registo fotográfico de um trilho simples, bem sinalizado, rico em paisagens diversificadas e em recantos rurais de elevada beleza, acessíveis a todos aqueles que gostam de caminhar.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago 01/04/2012

No próximo dia 1 de Abril de 2012 será efectuada uma pequena rota circular com cerca de 15 km intitulada “Pedras, Moinhos e Aromas de Santiago” na Serra da Aboboreira em Soalhães.


De acordo com o site do percurso «(…) durante o trajecto percorrem-se caminhos antigos ladeados de muros de pedra, muitas vezes escavados na rocha, por sua vez sulcados pelos rodados dos carros de bois. Aqui as gentes, ainda cultivam a leira à força braçal e animal, e praticam a moenda do cereal nos moinhos de água. (…) Salpicando a paisagem podem observar-se majestosas fragas com formas finamente arredondadas, lembrando silenciosos guardiões da serra (…)».

Marcamos a actividade para as 10:30 da manhã na Tasquinha do Fumo no povoado de Almofrela em Soalhães nas seguintes coordenadas:
41°10'32.08"N (latitude) e 8° 3'25.04"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Após a caminhada encontra-se previsto um lanche ajantarado na Tasquinha do Fumo, onde consta serem servidos pratos regionais e petiscos, o ideal para quem quiser retemperar forças depois da actividade.

Para participar envia um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com. A confirmação atempada é essencial para reservar mesa na Tasquinha do Fumo.

segunda-feira, 19 de março de 2012

À descoberta da Serra de Aire e Candeeiros | Fotos

Viajamos em direcção a Sul para descobrir um reino de pedra que se estende nas imediações de Alcobaça, terra dos monges brancos de Cister, zelada por templos e galerias profundas, num espaço repleto de paisagens infindáveis, ampliadas por uma vasta dimensão histórica que se perpetua no tempo e no horizonte.

O simples erguer do maciço calcário Entremenho a altitudes superiores a 200 metros é suficiente para o distinguir das áreas circundantes, todas elas situadas a níveis inferiores, e a subida aos pontos culminantes da Serra de Aire e Candeeiros abre horizontes insuspeitos a mais de 600 metros de altura.

Chegados a Alvados, partimos da igreja branca do pequeno povoado rumo à Fórnea, estranho fenómeno natural semelhante a um anfiteatro, com 500 metros de diâmetro e uns admiráveis 250 metros de altura, que configura um vale em forma de U formado pela erosão provocada pelas chuvas.

Depois de percorrer o interior da Fórnea, dirigimo-nos para alto do anfiteatro pela cumeada, de onde se descortinam inúmeros povoados entre a serra e o oceano, inseridos em mantos de verdura dos mais variados tons. Mas como se o relevo não bastasse para marcar a singularidade desta terra, acresce-se uma geologia característica, pautada pelos calcários que nos oferecem a secura que marca a paisagem e as formas, que quase se poderiam dizer exóticas, que caracterizam o relevo.

A permeabilidade da rocha calcária impede a presença visível de cursos de água que se escondem em grutas profundas, contribuindo assim para a sensação de nudez que se desprende das montanhas, enquanto a natureza de pedra, conjugada com os efeitos da erosão, se encarregam de conferir ao conjunto um ar vigoroso, agreste, e simultaneamente atraente.

A água que cai no solo perde-se numa vasta e complexa rede de cursos de água subterrâneos que minam o maciço em todos os sentidos. É esta tão misteriosa rede subterrânea que se vai manifestar à superfície das mais variadas formas, nomeadamente na riqueza de vegetação que perfuma o ar: o alecrim, o rosmaninho, a murta, a bela-luz, o funcho, a roselha, a dedaleira, o tojo molar, a esteva e o tomilho, conferem ao cenário uma cor especial, prestes a acentuar com a chegada da Primavera. Mas o elemento dominante da vegetação é sem dúvida a oliveira, reflexo da acção dos monges cistercienses de Alcobaça que iniciaram a sua plantação no início de século XVII.

A vida rural é ainda a habitação, o forno de pão, os abrigos, as eiras, os moinhos de vento, que apesar de abandonados, ainda sobressaem no cimo das encostas. Os granitos e os xistos tão característicos de outras regiões de Portugal deixam de ter no maciço calcário Entremenho qualquer expressão. Aqui, foi o calcário, abundante e fácil de trabalhar, que se tornou a matéria-prima por excelência para a construção.

Depois de efectuarmos um percurso magnífico com aproximadamente 16 quilómetros, dirigimo-nos até à Gruta dos Moinhos Velhos, verdadeiro nome das “Grutas de Mira de Aire”, para percorrermos 600 metros dos mais de 11 quilómetros até agora conhecidos de uma das 7 Maravilhas Naturais de Portugal, finalizando assim um dia intenso repleto de paisagens deslumbrantes e locais secretos ao alcance de todos.

segunda-feira, 12 de março de 2012

À descoberta da Serra de Aire e Candeeiros 18/03/2012

No próximo dia 18 de Março será efectuado um percurso pedestre na Serra de Aire e Candeeiros, num itinerário alternativo que permitirá explorar diversos aspectos surpreendentes destas montanhas, nomeadamente a mítica Fórnea.


O site do Município de Porto de Mós refere-se à Fórnea como sendo “um estranho fenómeno geológico que dá a ilusão de ser um anfiteatro natural.” (…) “A Fórnea assemelha-se a um enorme abatimento da crosta terrestre, começando em Chão das Pias e descendo até Alcaria. Porque os solos da Serra de Aire e Candeeiros são ocos e apresentam vácuos, puderam dar origem às grutas, mas também a este local: uma depressão de milhões de anos rodeada por cursos de água.”

O site acrescenta “na zona da várzea existe um vale de oliveiras, enquanto que no espaço envolvente se encontram duas cascatas, e duas nascentes. A zona do semi-circulo é envolvida pela Serra de Ladeiras, Pena de Águia e Cabeço Raposeiro. As erosões provocadas pelas chuvas e pelas águas nascentes criaram um cenário natural impressionante. No interior da Fórnea encontra-se a Cova da Velha, uma cavidade com uma nascente que alimenta o Ribeiro da Fórnea.”

Marcamos a actividade para as 11:00 da manhã do dia 18 de Março na Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Consolação em Alvados nas seguintes coordenadas:
39°32'54.32"N (latitude) e 8°46'13.20"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

À descoberta da Freita | Fotos

Desta vez dirigimo-nos até às imediações de Arouca, para uma nova abordagem à Freita e ao seu monumental Geoparque, reconhecido pelo excepcional património geológico de relevância internacional, associado a uma intensa riqueza arqueológica, ecológica, histórica e etnográfica.

Começamos o nosso itinerário em Fuste, atravessando este pequeno povoado rural através da Rota do Ouro Negro. Após alguns estradões florestais ensolarados, passamos em frente a dezenas de entradas de minas rudimentares de volfrâmio ladeadas por um vale profundo e encaixado, onde o majestoso ribeiro da Pena Amarela recebe a água do ribeiro da Covela, que ali chega por um leito em escadaria formando cascatas.

Ainda na zona de mineração, atravessamos o ribeiro da Pena Amarela numa pequena ponte de madeira, para iniciar uma subida por um carreiro tradicional que nos conduziria ao lugar de Rio de Frades, inicio oficial do Caminho do Carteiro.

Esta pequena aldeia esquecida da Freita, no tempo da II Guerra Mundial foi palco de uma coexistência surpreendente pacífica de alemães e ingleses, na exploração das respectivas minas de volfrâmio. Desse período restam ruínas fantasma de um passado mineiro misturadas agora com a arquitectura rural e com as gentes serranas que ainda por lá habitam, que nos acolheram num café hospitaleiro, que permitiu retemperar forças para a magnífica ascensão que se avizinhava.

Depois de passarmos por algumas galerias das antigas minas e respectivas cascalheiras, prosseguimos, durante algum tempo, pela curva de nível, sem subir, nem descer, à vista do Rio Frades que corre, ao fundo, tumultuoso, em sucessivos meandros, por entre gargantas apertadas. Logo de seguida, iniciamos uma suave descida que nos conduziu ao pequeno pontão através do qual é feita a travessia do Rio.

Dobrado o Rio, iniciamos a subida constante até Cabreiros. À entrada do lugar, deparamo-nos com a escola primária, edifício simples da década de sessenta do século passado, depois da qual tomamos o caminho da direita que nos conduziu até Tebilhão.

O trajecto entre as duas aldeias foi de rara beleza, repleto de paisagens monumentais: do lado de Cabreiros avistam-se as deslumbrantes leiras em socalcos de Tebilhão, do lado de Tebilhão avistam-se o casario da velha aldeia de Cabreiros e o verde que cobre os seus múltiplos e pequenos campos de cultivo. Cenários impressionantes que fazem ao visitante meditar no esforço hercúleo que, ao longo dos tempos, seres humanos aí residentes, tiveram que fazer para dominar a montanha agreste e dura e construir nela uma bucólica paisagem que enfeitiça o olhar.

O regresso a Fuste foi efectuado através de um caminho alternativo, com estrada e estradões antigos de terra, que nos ofereceram vastas panorâmicas sobre a Freita, num final de tarde único, pontuado pelo movimento lento das eólicas sobre os ermos e pelo sopro da brisa fresca em jeito de epílogo de mais uma Evasão notável em terras lusas.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

À descoberta da Freita 11/03/2012

No próximo dia 11 de Março de 2012 será efectuado um percurso na Serra da Freita que integrará a Rota do Ouro Negro e o Caminho do Carteiro, num itinerário alternativo com aproximadamente 21 quilómetros.


Marcamos a actividade para as 10:00 da manhã do dia 11 de Março na aldeia de Fuste nas seguintes coordenadas:
40°54'12.21"N (latitude) e 8°12'57.79"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendável que levem comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Laguna de los Carros 21/02/2012

Entre Sotillo e Sanabria existe uma montanha mergulhada em carvalhos, com um lago no cume, e vastas superfícies alagadas nas cotas mais baixas onde repousam vacas, cavalos e tranquilos cães lobeiros que protegem um lugar que respira da simbiose entre a montanha e a pastorícia, num quadro único ao alcance de todos.


No dia 21 de Fevereiro iniciamos um percurso de aproximadamente 11 quilómetros intitulado “Laguna de los Carros” em Ribadelago, subindo pela encosta do maciço montanhoso que ladeia o Lago Sanabria a Sul. Com a companhia de pequenos regatos gelados, e pontuais miragens do espelho de água de Sanabria entre os ramos despidos dos carvalhos, alcançamos a lagoa num extenso planalto vigiado pelos maciços graníticos que se erguem entre as Cascatas de Sotillo e a Laguna de los Carros.

Ficam as fotos para contar a história.

Cascada de Sotillo 20/02/2012

Os livros dizem que a Rota da “Cascada de Sotillo” é uma das mais bonitas do Parque Natural do Lago Sanabria, e possivelmente uma das mais conhecidas. De facto, os livros estavam certos, e as palavras mais uma vez relevem-se escassas para explicar o porquê desta afirmação.


No dia 20 de Fevereiro, iniciamos um percurso de aproximadamente 14 quilómetros na pequena igreja de Sotillo, a poucos quilómetros de Sanabria, seguindo por uma estrada sinuosa de pedra, ladeada por carvalhos despidos rumo a ocidente. Com a companhia pontual de algum gado calmo, atravessamos o pequeno “Rio Truchas”, alcançando uma área aberta, com uma vasta panorâmica sobre o vale e sobre as cascatas de Sotillo, que ao longe pareciam congeladas, apesar do burburinho distante da água que se fazia sentir.

Depois de uma sessão fotográfica à paisagem envolvente, dirigimo-nos para o alto da serra, passando por um magnífico circo de montanhas, ladeando uma planície repleta de ecos e de vestígios enigmáticos de animais que recordam a feliz presença do lobo ibérico nestas andanças.

Ao final de alguns quilómetros de uma subida tranquila alternada por zonas de carvalhos, pequenas áreas abertas de planalto, penedos esboroados e regatos gelados, chegamos à bifurcação de acesso à lagoa de Sotillo. Ao final de poucos minutos, fomos subitamente confrontados com uma visão inesperada: um vasto espelho de água gelado, brilhando na montanha. Mais uma vez, o cenário assemelhou-se a uma fantasia invernal de um qualquer escritor de contos do norte da Europa.

Após nova sessão fotográfica à lagoa, do alto dos penedos que a preservam, sem saber exactamente o que fotografar devido à elevada taxa de elementos estéticos por metro quadrado, seguimos por um prado aberto até ao maravilhoso bosque que guarda a Cascata de Sotilho. Mais uma bifurcação, e uma extraordinária visita a um dos elementos mais preciosos do percurso.

Gradualmente, um bafo frio foi-se fazendo sentir acompanhado de um murmúrio crescente recordando uma queda de água. Entre os ramos dos carvalhos surgiu o corpo de um gigante branco intenso, contrastante com os castanhos desmaiados da vegetação. A cascata de gelo brindou-nos com uma presença indiscritível: como que por magia, parecia que a alta queda de água tinha sido suspensa num instante único, transformando-se numa monumental estátua de cristal brilhando no coração da floresta.

Abandonamos a cascata, e descemos pela encosta com passo rápido, desviando-nos dos peliculas de gelo trapaceiro, e das folhas secas deslizantes, chegando no meio de uma tarde luminosa ao parque de merendas de Sotillo. Já na aldeia, uma anciã vestida de preto apontou-nos o caminho para a igreja, fechando o circuito de um percurso que valerá a pena repetir.

A tarde transformou-se em noite. Puebla de Sanabria acolheu-nos mais uma vez com as suas muralhas, onde retemperarmos forças naquele que provavelmente é o melhor restaurante de todo o povoado e arredores: a Méson Abelardo. Frio e carnavalesco findou-se o segundo dia desta Evasão por terras sanabresas.

Circular ao Lago Sanabria 19/02/2012

Começamos a Evasão prevista para 19 de Fevereiro de 2012 no antigo Mosteiro de Santa Maria, localizado na encosta norte do lago Sanabria, num dia frio de Inverno em terras de Zamora, em Espanha. Atravessando o pequeno povoado de San Martin de Castañeda iniciamos os 13 quilómetros de um percurso circular em volta do maior lago glaciar da Península Ibérica.


Ao final de algumas passadas por um povoado acolhedor, com gente franca de sorriso aberto, abandonamos a estrada para iniciar uma tranquila descida através de um bosque de carvalhos até à praia de areia clara, nas margens de um vasto espelho de água suspenso numa fantasia invernal de um qualquer escritor de contos do norte da Europa.

Nas águas de Sanabria, as encostas magníficas de pedra, numa construção ampla e intensa, reflectiam uma imagem forte de um mundo silencioso polvilhado com cabanas suspensas. Passando a ponte sobre o rio Tera, iniciamos uma trajectória pela margem sul rumo a uma pequena povoação sobranceira ao canhão do Tera.

Atravessamos uma Ribadelago perfumada com aromas a lareiras e a assados, repleta de ruínas e monumentos em memória de uma tragédia antiga que há mais de cinquenta anos vitimou um quinto dos seus habitantes. Deixando os mistérios suspensos, entramos na “Senda dos Monges”, caminho de pedra antigo ladeado por carvalhos, penedos e vacas, que nos conduziu numa intensa subida pela montanha com panoramas aéreos soberbos sobre toda a grandiosidade do lago.

Lá em cima San Martin de Castañeda e o seu sublime Mosteiro aguardavam-nos com mais sorrisos francos, e aromas a assados, que nos convidaram a experimentar a gastronomia sanabresa numa taberna aconchegante a poucos quilômetros do lago, nas muralhas da cidade medieval de Puebla de Sanabria.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

À descoberta de Sanabria 19-21/02/2012

Nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro de 2012 partiremos à descoberta do maior lago glaciar da Península Ibérica, para efectuar três trilhos de acordo com o agendamento a seguir apresentado.


Data: 19 de Fevereiro de 2012
Hora local: 12:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°8'7.55"N / 6°43'13.29"W
Trilho: Circular ao Lago Sanabria

Data: 20 de Fevereiro de 2012
Hora local: 11:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°5'29.51"N / 6°43'18.23"W
Trilho: Cascada de Sotillo

Data: 21 de Fevereiro de 2012
Hora local: 11:00
Coordenadas do ponto de partida: 42°6'51.52"N / 6°44'20.28"W
Trilho: Laguna de los Carros

Os percursos apresentam um grau de dificuldade relativamente fácil, sendo recomendados para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar enviem um e-mail de confirmação para evasãoverde@gmail.com.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

À descoberta da Lousã | Fotos

Iniciamos o percurso perto do centro da Vila da Lousã, terra onde a cestaria, os trabalhos em xisto, a cerâmica, os bordados, e a bijuteria, convivem com produtos tradicionais como a doçaria, os vinhos, o mel e os licores, num cenário verde de natureza e história que ousamos explorar.

A Rota dos Moinhos, com início na fábrica de Papel do Prado, conduziu-nos pela mata verdejante que ladeia o rio Arouce até ao Castelo da Lousã, localizado num estreito contraforte da serra.

Não se conhece ao certo quando foi edificado aquele que também é designado por Castelo de Arouce, mas a tradição popular conta que na época da ocupação muçulmana, um emir de nome Arunce, que teria sido expulso da “antiga Coimbra” (Conimbriga) pelas forças cristãs, antes de se dirigir ao Norte de África, para pedir reforços, terá construído o Castelo para proteger a sua filha, de nome Peralta e as suas riquezas.

Depois de uma sessão fotográfica ao castelo, seguimos pela Rota das Aldeias do Xisto, percurso que evolui em grande parte nas encostas da Serra da Lousã e faz a ligação do Castelo da Lousã e a Ermida de Nossa Senhora da Piedade com duas das mais emblemáticas aldeias desta serra.

O Talasnal e o Casal Novo são aldeias cravadas na montanha, ligadas entre si por uma história e cultura comuns. Levantadas com pedras “sem reboco nem pinga de tinta”, as casas destas aldeias com janelas que parecem postigos tomam o aspecto de fortalezas, apresentando assinaláveis semelhanças com os povoados das aldeias marroquinas do alto Atlas.

O Talasnal é um dos povoados serranos mais característicos, quer pela sua localização no abraço da serra, quer pela sua arquitectura bem conservada, que espelha a identidade única das Aldeias do Xisto. As casas muito juntas nascem do chão como espigões. A separá-las, vielas estreitas e sinuosas que dão a perfeita ideia de labirinto, vigiadas por gatos e portadas entreabertas.

A escada de uma das antigas casas conduziu-nos até ao “Retalhinho”, loja de artesanato, licores, e doçaria caseira, que permitiu uma pequena sessão de degustação que redobrou o nosso ânimo, antes de seguirmos para a aldeia de Casal Novo, inicio da acentuada descida que nos conduziu de regresso ao Castelo, e posteriormente à Vila da Lousã.

Ao final de mais uma jornada, as palavras escasseiam para descrever a beleza inexplicável dos bosques, dos regatos e das paredes de xisto, que resistem frias ao tempo, salvaguardando lareiras onde as gentes se aquecem, bebericando aguardante de mel enquanto se relembram as lendas de uma terra rica em tradições e mistérios.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Trilho do Glaciar e do Alto Vez | Fotos

O pequeno lugar de Porta Cova é a entrada do Trilho do Glaciar e do Alto Vez. Deixamos as viaturas num largo estreito no início da aldeia, na sombra de um maciço montanhoso que escuda o povoado, protegendo as gentes e o gado do frio glaciar que congela a água e as pedras, que o Sol de Inverno não consegue derreter.

Atravessamos a aldeia por caminhos lajeados, escutando o som da água e os badalos do gado, com a parede montanhosa de um lado, e os prados verdes de Sistelo do outro. Nas gentes que encontramos habitavam sorrisos francos, e rasgos de um passado rural que se perpetua no murmúrio do vento sobre os espigueiros, e nos fardos de palha velha que pontuam os socalcos.

Subimos a montanha por um antigo caminho ladeado por árvores mergulhadas num profundo sono invernal, que imprimem à paisagem um certo dourado etéreo, difícil de explicar, fruto da paleta de cores de um dia azul e frio, quente em tonalidades. O verde forte dos musgos contrastando com o cinzento intenso da pedra, os castanhos torrados dos ramos despidos, contrastando com montes graníticos esboroados, cortados por pequenos cursos de água parcialmente gelados, acompanharam-nos até às brandas superiores do Alto Vez.

Das altas cotas do antigo glaciar, surgiu um panorama impressionante de pedra, projectando um colossal anfiteatro natural, que conduz dos montes mais elevados até às minas mais secretas, nas entranhas da Serra, o liquido precioso do rio Vez, que por vezes se avista ao longe em pontos mais borbulhentos, rodeado por choupos, recordando que o Gerês é feito de água cristalina, que corre na seiva das plantas, e na corrente sanguínea dos mamíferos que se escondem nas sombras dos carvalhais e nos matos que ladeiam os trilhos.

Na chegada à parte mais oriental do percurso, as eólicas ganharam protagonismo no recorte da montanha. Depois de umas escorregadelas nos perfis gelados da água de pequenos ribeiros que inundavam o caminho, encontramos a Branda do Furado, pequeno abrigo temporário de Verão, cuja origem está relacionada com a transumância, prática típica do Gerês, caracterizada pela deslocação das populações das suas habitações de Inverno para as zonas mais altas da Serra, onde abundam pastos férteis para alimentar o gado. Aqui apenas encontramos fornos comunitários apagados, e carros de bois cuidadosamente acondicionados em telheiros iluminados pelo sol da tarde.

Subimos até ao alto do monte que vigia a Branda, e seguimos para ocidente, com a Peneda a uns dois quilómetros de distância em linha recta, oculta pela crista de pequenos montes agigantados pela perspectiva do vale glaciar à direita.

Numa descida moderada até Porta Cova, encontramos mais brandas - a Branda da Lapinheira e a Branda de Castribó -, uma das quais habitada por um simpático grupo de vacas borrosãs, que nos saudaram com o seu agradável sorriso bovino, repleto de serenidade e suave contemplação.

Os prados sucederam-se, os caminhos estreitaram, e, rodeados por carvalhos retorcidos pela idade, nas ruinas de uma aldeia adormecida no profundo sono dos musgos, os últimos raios de sol chegaram à terra depois de uma viagem de 150 milhões quilómetros, para colorir as derradeiras pulsações do desenlace de um percurso grandioso, repleto de essência, onde neste preciso instante decorre a mais profunda e perene transformação, donde brotará a próxima estação.

domingo, 22 de janeiro de 2012

À descoberta da Lousã 05/02/2012

No próximo dia 5 de Fevereiro de 2012 partiremos à descoberta da Lousã, para efectuarmos o PR1 “Na Rota dos Moinhos da Serra da Lousã” e o PR2 “Rota das Aldeias Serranas”, num percurso integrado que revelará uma pequena amostra do que esta região tem para oferecer.

O PR1, com inicio junto à fábrica de papel, conduzira-nos pelas margens do Rio Arouce em direcção à Senhora da Ermida. Neste local tomaremos a direcção do PR2 que nos guiará às “Aldeias do Xisto”, aldeias típicas da região, cujas construções como o nome indica são inteiramente realizadas em xisto.

Este percurso evoluirá em grande parte nas encostas da Serra da Lousã e fará a ligação entre o Castelo da Lousã e a Ermida da Nossa Senhora da Piedade com duas das mais emblemáticas Aldeias do Xisto desta serra: o Talasnal e o Casal Novo.

Será igualmente uma viagem no tempo, pois ao fazê-lo repetiremos os passos que os antigos habitantes destas aldeias serranas davam nos únicos acessos que tinham para descer à vila da Lousã. O percurso é enquadrado quase sempre por vegetação e é relativamente protegido em todas as estações do ano.


Marcamos a actividade para as 11:00 da manhã do dia 5 de Fevereiro na vila da Lousã nas seguintes coordenadas:
40°6'16.30"N (latitude) e 8°14'43.46"W (longitude).

O percurso apresenta um grau de dificuldade baixo, sendo recomendado para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu, e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar mandem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Trilho do Glaciar e do Alto Vez 29/01/2012

No próximo dia 29 de Janeiro de 2012 será efectuado o Trilho do Glaciar e do Alto Vez, localizado na vertente norte da Serra da Peneda, no extremo noroeste do concelho de Arcos de Valdevez.

Há mais de 20000 anos atrás, durante a última glaciação, o vale do rio Vez, que tinha uma característica forma de V (produzida pela erosão da água), alargou e aprofundou-se devido ao enorme poder de erosão dos antigos glaciares, dando origem a um singular “vale glaciar” em forma de U.

Associado a uma forte componente paisagística, este trilho possibilitará uma observação sobre diverso património geológico que ocorre neste território, com especial destaque para o Vale Glaciar. Também permitirá uma passagem por um vasto complexo agro-silvo-pastoril constituído por núcleos habitacionais, brandas, socalcos, calçadas, regadio, entre outros elementos preciosos que enriquecem patrimonialmente estas comunidades de montanha.

Marcamos a actividade para as 11:00 da manhã do dia 29 de Janeiro na aldeia de Porta Cova nas seguintes coordenadas:
41°58'54.69"N (latitude) e 8°20'47.93"W (longitude).


O percurso apresenta um grau de dificuldade médio, sendo recomendado para iniciantes ao “trekking”. No entanto, não se esqueçam de levar comida, água, impermeável, chapéu, lanternas (de preferência frontais) e calçado confortável.

Caso estejam interessados em participar mandem um e-mail de confirmação para evasaoverde@gmail.com.

Para obteres mais informação sobre o percurso clica aqui.

domingo, 15 de janeiro de 2012

À descoberta do Porto | Fotos

O Porto é mais do que aquilo que os roteiros turísticos apresentam: a cidade ostenta uma identidade própria, repleta de história que se perpetua no casario antigo e no olhar das gentes que estendem lençóis perfumados nas varandas sobre o Douro.

O caracter único da Invicta perdura na arquitectura, nos monumentos, nos espaços de lazer e até nas ruas. A proposta de hoje foi descobrir o Porto, numa visita que procurou analisar algumas componentes históricas, ecológicas e sociais da cidade, contemplando “o Porto do romantismo”, a fábrica de Massarelos e as recordações de uma antiga burguesia que subsistem ao tempo.

Partindo dos jardins do Palácio de Cristal, seguimos pelos caminhos do romântico, perfumados pelas fragâncias invernais de plátanos cansados que fitam a cidade há séculos. Na frescura matinal de um Domingo cinzento o Pedro Jorge Pereira, do projecto “Porto de Encontros”, revelou-nos fragmentos de um passado escondido, ao alcance de um olhar mais atento.

Um passado rico em memórias, escritas nas hortas e nas árvores de fruto enraizadas entre muros, que corre o risco de perder-se, devido à falta de um investimento real que assegure a manutenção de um urbanismo sustentável no centro histórico da cidade, aproveitando o casario antigo e os espaços verdes que pintam a Invicta com as cores do Inverno.

Os caminhos antigos, ladeados por uma flora selvagem que embeleza os muros de pedra que delimitam o percurso, conduziram-nos a hortas fecundas que resistem na periferia de fontes secas. No horizonte, avistamos o vale do Douro, composto pela simbiose entre o rio e Vila Nova de Gaia, “chão sagrado” onde repousa com tranquilidade o néctar precioso que projecta a nossa cidade além-fronteiras: o vinho do Porto.

As portadas de antigas casas, na maioria desabitadas, retractaram de uma forma persistente um cenário de abandono, cuja ausência de manutenção e limpeza, começa a esconder o seu traço original.

Enquanto o sol viajou escondido na cúpula celeste, fornecendo às nuvens contrastes intensos nos cinzentos, as horas passaram entre o casario colorido que foi despertando para o almoço. Fragâncias a estrugidos, misturadas com a presença contínua de gotículas invisíveis que transportavam no ar a essência do rio, acompanharam-nos até perto da Cordoaria.

Encerramos o percurso com uma vista soberba sobre o velho casario que ladeia o Douro junto à Alfandega, com a Ponte da Arrábida como pano de fundo, ponderando sobre a urgência de preservar este Porto tão nosso, que empresta a Portugal um Norte forte, repleto de sentido e sentimento.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

À descoberta do Porto 15/01/2012

VISITA ECO-SOCIAL GUIADA

A próxima Evasão Verde será dinamizada pelo projecto “Porto de Encontros”, que revelará aspectos únicos da cidade do Porto, numa visita eco-social pelas antigas ruas da Invicta, apresentada seguidamente nas palavras de Pedro Jorge Pereira.


Visitas eco-sociais

Uma cidade (ou mesmo uma região) é muito mais do que um conjunto “estilizado” de imagens ou “postais turísticos”. É toda uma história, toda uma essência, todo um respirar que se pressente em cada recanto, em cada rosto, em cada esquina.

Muito mais do que uma mera visão convencional e convencionada, quantas e quantas vezes estereotipada, do que é o Porto … “Porto de Encontros” pretende dar a conhecer e vivenciar, e sentir e cheirar, a cidade em várias das suas múltiplas dimensões: cultural, social e ecológica.

O principal objectivo das visitas eco-sociais é o de dar a conhecer o Porto, ou “os vários Portos” que o Porto é, em toda a sua profundidade, realidade e essência. Sem o filtro do “turismo convencional” ou das “imagens de fachada”.

O Porto para além das fachadas, para além dos postais, para além dos “lugares comuns” … é o Porto de todos os segredos, mistérios e encontros.


Funcionamento da visita

As Visitas eco-sociais funcionam de forma informal, familiar e não são uma visita turística no sentido convencional do termo. São visitas com um grau de proximidade muito elevado e em que muito mais do que um guia e um turista o que existe é uma interacção e partilha. Uma partilha de experiências, conhecimentos e visões sobre a cidade do Porto e todas as suas complexidades. Várias questões e assuntos ligadas à história e à actualidade da cidade serão abordados de um ponto de vista eco-social.


Circuito Judaico-Medieval

Poucos são aqueles que conseguem ainda imaginar os judeus a percorrer as sinuosas e pulsantes ruas e ruelas onde actualmente já só restam fugazes memórias desses tempos. Poucos são aqueles que conhecem esse Porto esquecido mas a relembrar no silêncio dos edifícios que têm mil histórias por contar e desvendar.

Raramente os circuitos que percorremos diariamente na azáfama do dia-a-dia contemplam estes “outros locais” onde a essência e alma da Invicta repousa.

Até que ponto conhecemos o Centro Histórico da cidade do Porto? Até que Porto a própria comunidade tripeira o conhece, vive e valoriza?

Neste circuito vamos pois à procura de algumas respostas mas, sobretudo, à procura das perguntas que as esquinas, os detalhes das ruelas, os vestígios históricos, a curiosidade dos habitantes que ousam ainda resistir aos esvaziamento humano do centro histórico, nos possam colocar.


Planeamento da actividade

Data da visita: 15 de Janeiro de 2012, Domingo
Horário: 10:30
Data limite de inscrição: 12 de Janeiro de 2012, Quinta-Feira
Ponto de Encontro: Em frente ao portão principal do Palácio de Cristal
Grau de dificuldade: Acessível
Duração do percurso: entre 2h30 a 3h00
Logística: Levar roupa confortável e adaptada às circunstâncias climatéricas do próprio dia. Eventualmente levar “farnel” para um pic-nic de convívio no final
Inscrição: Gratuita mas necessária para poder-se planear a visita em função do número certo de participantes
Organização: Porto de Encontros
Apoio: Evasão Verde
Inscrições e informações: Pedro Jorge Pereira (Porto de Encontros) | (+351) 93 4476236 | ecotopia2012@gmail.com | http://portodeencontros.blogspot.com/

Trilho "Pertinho do Céu" 01/01/2012

O ano começou com um percurso pedestre na Serra da Peneda, no Concelho de Arcos de Valdevez, denominado “Pertinho do Céu”. A cerca de 700 metros do cruzamento para o lugar da Igreja da Gavieira, mesmo junto da estrada que une Rouças a São Bento do Cando, abre-se à esquerda um velho caminho de lajes sinalizado por uma placa que indica o início do percurso.


“Pondo os pés ao caminho”, calcorreamos as largas lajes marcadas pelos rodados dos carros de bois, seguindo por um carvalhal magnífico até à Branda de Busgalinhas. À medida que subimos deparamo-nos com exemplares de gado bovino da raça autóctone Barrosã, que durante o dia apascentam para ao final da tarde, regressarem às suas cortes.

Pouco antes de chegarmos à Branda, pudemos observar campos de cultivo, rodeados por muros de pedra solta, e, no meio do caos granítico, por entre a penedia, a Branda de Busgalinhas. Trata-se de um pequeno povoado que se encontra apenas ocupado durante o Verão para apoio à actividade pastoril.

Posteriormente, seguimos por um estradão em terra batida em direcção à Branda de São Bento de Cando, povoado bastante conhecido pelas romarias de adoração à imagem de São Bento.

A partir daqui descemos em direcção ao Rio Grande por um trilho de pastores. Depois de passarmos por uma construção rustica que serve para arrecadar as alfaias agrícolas e o gado, atravessamos um ribeiro por um trilho que se abre na densa vegetação, sendo a única passagem possível para seguirmos caminho em direcção à Gavieira.

Continuamos caminho, seguindo o Rio Grande que vai moldando a paisagem, criando belas cascatas e poças convidativas para os mergulhos do próximo Verão, um pouco distante, num dia onde a chuva se fez sentir de uma forma moderada, mas presente.

Trilho de Germil 31/12/2011

No dia 31 de Dezembro à tarde seguimos para Germil, aldeia de montanha localizada nas imediações da Serra Amarela, no concelho de Ponte da Barca.


Iniciamos o nosso percurso pelo interior do núcleo rural, dirigindo-nos posteriormente por um caminho empedrado, muito bem conservado, que gradualmente foi subindo, apresentando-nos uma paisagem deslumbrante da Serra da Peneda e da Serra Amarela.

Depois de cruzarmos um riacho pelas poldras, seguimos pelo empedrado para posteriormente viramos à esquerda e tomarmos um trilho pastoril aberto pela passagem dos rebanhos, desembocando num caminho florestal, que nos conduziu até perto do rio Germil.

A partir daqui, foi possível contemplar a magnifica vegetação ripícola, rodeados por belíssimos exemplares de carvalhos que sombreiam as ruinas de moinhos antigos, coloridos com o verde dos musgos.

Pouco a pouco, começamos a avistar as primeiras casas de Germil, entre as brumas de uma tarde chuvosa que imprimiu à paisagem uma certa mística própria que valeu a pena descobrir.

Trilho do Penedo do Encanto 31/12/2011

No dia 31 de Dezembro iniciamos o primeiro de três percursos pedestres no Gerês que assinalaram o final de 2011 e o início de um 2012 repleto de Evasões Verdes. Durante a manhã efectuamos o Trilho do Penedo do Encanto, com ponto de partida na última entrada para o aldeamento de Parada, lugar da freguesia barquense de Lindoso, junto à estrada nacional que liga Ponte da Barca à fronteira.


Este pequeno percurso, de âmbito histórico-cultural, desenrola-se na totalidade no aldeamento de Parada. Aqui, foi possível observar, percorrendo os seus caminhos medievais, as típicas casas que ainda mantêm a rústica traça alto-minhota e um conservado núcleo de espigueiros centenários de grande valor patrimonial.

Seguindo as marcações que se destacam na paisagem, rica em espécies folhosas como o carvalho, o sobreiro e o azevinho, dirigimo-nos para a periferia de Parada, entrando na floresta rodeados por muros de pedra solta. Aqui, encontramos um conjunto de gravuras rupestres da Idade do Bronze, trabalhadas em oito rochas, das quais se destaca a mais importante apelidada de “Penedo do Encanto”.

Depois de visitarmos este belíssimo monumento que testemunha a remota presença do homem nestas terras do vale do Lima, seguimos caminho, atravessando um pequeno troço de serra, novamente até ao bucólico povoado de Parada.

Este percurso caracterizou-se por um relevo com declives pouco acentuados, e pela abundância de ribeiros e regatos, entre pedras antigas que revelam segredos escondidos da história da humanidade, perdidos entre as sombras de frondosos bosques dourados pelo Inverno.