Olhadas de longe, as pesqueiras parecem colossos naturais onde o rio Minho bate com força deixando rastos de espuma. Velhas de séculos ou mesmo quase milenares, pois já no século XI eram referidas em doações a mosteiros e ao cabido de Tui, as pesqueiras do Rio Minho, como bens culturais, fazem parte do património paisagístico do Minho e testemunham saberes ancestrais na escolha dos melhores sítios para se implementarem, na sua orientação em relação às correntes do rio, no trabalhar a pedra e erguer dos panos dos muros, na escolha da arte da pesca mais adequada e ainda no sistema de partilha comunitária do seu uso.
De acordo com o livro "As pesqueiras do Rio Minho" de Antero Leite, estas estruturas
"(...) são o resultado da transformação, pelo homem,
das massas rochosas existentes nas margens do Minho em pontos de pesca. De
arquitectura popular se trata, pois os seus construtores eram originários das
comunidades camponesas ribeirinhas, mestres pedreiros que possuíam um
conhecimento profundo das correntes do rio, o que lhes permitia decidir por
determinada forma e disposição daquelas construções fixas para a pesca fluvial (...) Foram e continuam a ser importantes na economia e ocupação
humana da Ribeira Minho pela complementaridade de rendimento que a sua
exploração proporcionou e ainda proporciona às populações ribeirinhas (...).
Ficam as fotos para contar a história.
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