domingo, 2 de setembro de 2012

À descoberta da Escócia | Fotos

No dia 22 de Agosto de 2012 partimos à descoberta de um país que reúne algumas das áreas mais impressionantes da vida selvagem do Reino Unido. Efetuando 12 percursos pedestres de excelência, ao longo de 11 dias, descobrimos cenários de enorme beleza, com montanhas, lagos e orlas costeiras de tirar o fôlego.

Na nossa viagem demos a volta à Escócia, atravessando os 440 km de extensão do território, incluindo uma visita às ilhas Orkney e Skye, o que permitiu desvendar uma topografia montanhosa, com charnecas de urze selvagem a norte e oeste, florestas de pinheiros mediadas por amplas pastagens, quintas férteis a leste e, a sul, os montes arredondados e cobertos de erva das Terras Baixas.

Este país de contrastes brindou-nos com as montanhas imponentes das Highlands e com as suaves ondulações dos vales das Lowlands, acompanhadas por falésias abruptas e densas florestas milenares. Entre a paisagem, exploramos os românticos castelos escoceses, localizados quer em pequenas ilhas suspensas em lagos tranquilos, quer em encostas escarpadas junto ao mar.

Obviamente, não podemos deixar de mencionar as rotas pelos maltes escoceses, efectuadas em aconchegantes pubs, onde a hospitalidade de um povo acolhedor e "bem-disposto" faz com que qualquer viajante se sinta em casa.

O primeiro trilho "calcorreado" foi em Inchcailloc, que nos permitiu conhecer uma pequena e verdejante ilha localizada no coração do Loch (lago) Lomond. Posteriormente, seguimos pelo trilho do Conic Hill, para obter uma panorâmica ampla do lago, das ilhas e das montanhas circundantes.

Deslocando-nos para noroeste, encontramos o Loch Morlich e um pequeno trilho circular neste lago, pautado por uma floresta verdejante e antiga, nas margens do espelho de água. De seguida, rumamos até Inverness, capital das Highlands, para aceder ao lago do famoso monstro, a Nessy, que infelizmente só conseguimos avistar o pescoço, do alto do trilho Old CoffinRoad.

Apanhando novamente a estrada, fomos até um dos locais mais emblemáticos da Escócia: a ilha Skye. A maior das Hébridas interiores pode ser alcançada pela extraordinária ponte sobre o Atlântico, que liga Kyle of Lochalsh a Kyleakin. Uma história geológica turbulenta concedeu à ilha algumas das paisagens mais diversas e acentuadas da Grã- Bretanha. Do planalto vulcânico no norte da Skye até aos cumes esculpidos pelo gelo dos Cuillins, a ilha é dividida por inúmeros braços de mar, nunca deixando o viajante a mais de 8 km do Atlântico. Aqui, efectuamos um trilho extraordinário, no ponto mais a norte, intitulado Rubha Hunish, que nos proporcionou uma amostra significativa deste local tão precioso da Escócia.

Abandonando Skye, seguimos para norte, para conhecer um dos locais mais extraordinários desta Evasão. Localizado no alto de uma colina com grandes panorâmicas, o Fyrish Monument surgiu como um vulto em pedra na paisagem, lembrando a força da identidade de um povo em harmonia com a natureza.

Continuando para norte, passando por Altnaharra, encontramos uma das montanhas mais espetaculares das Highlands: o Ben Hope. Em condições meteorológicas instáveis, com ventos a roçar os 50 km/h, e a ameaça constante de tempestade, subimos ao cume, descobrindo amplas perspectivas dos maciços montanhosos das Terras Altas.

Apanhando uma estrada de montanha, seguimos para noroeste até à pequena cidade portuária de Scrabster, onde entramos num ferry com destino às Orkney. Atravessando a ilha, exploramos os lendários círculos de pedra, percursores do mítico Stonehenge, e efetuamos o percurso Brough of Birsay, no extremo norte da ilha.

Seguindo por ferry numa viagem nocturna de 7h até Aberdeen, conduzimos novamente pelas estradas escocesas até Stoneheaven, para desvendar o memorial de Black Hill e o castelo de Dunotar. A cidade de Stirling, o nosso próximo destino, presenteou-nos com um percurso com epicentro no Wallace Monument, que lembra a vitória de William Wallace sobre os ingleses na luta pela independência da Escócia.

Concluímos a nossa Evasão com quatro trilhos que nos permitiram desvendar Edimburgo: Old Town, New Town, Calton Hill e Arthur's Seat. O centro da capital está dividido ao meio pela Princes Street, a principal zona de comércio da cidade. A sul situa-se a Old Town, local da antiga cidade, que se desenvolveu ao longo da Royal Mile, desde o Castle Rock, a oeste, até ao The Palace of Holyroodhouse, a leste. No final do século XVIII, iniciou-se a construção da New Town a norte da Princes Street, exemplo mundial da arquitetura urbana jorgiana, com as suas fachadas elegantes e ruas amplas.

Não podíamos deixar a Escócia sem visitar o Castelo de Edimburgo, situado no centro de basalto de um vulcão extinto, onde estão guardadas as Insígnias Reais e a Pedra do Destino, relíquia dos antigos reis escoceses, usurpada pelos ingleses e devolvida ao país em 1996.

Após a viagem, fica a memória de uma terra com características únicas, com o seu traje nacional tão próprio (o kilt), a gastronomia regada com whisky e cervejas tradicionais, a gaita-de-foles, a paisagem e o folclore, que constitui uma identidade reconhecida em todo o mundo. Fica o registo de um país de contrastes espantosos, detentor de uma natureza mágica, quer seja vista envolta em névoa ou erguendo-se majestosa sobre um lago.


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