terça-feira, 27 de agosto de 2013

À descoberta da Ilha de Arousa 24/08/2013

A Galiza continua repleta de mistérios e paisagens sublimes que surpreendem em cada recorte, em cada escarpa, em cada porto, em cada praia. Entre a costa oeste da província da Corunha e toda a costa da província de Pontevedra, desde o Cabo Finisterra até à fronteira portuguesa, as Rias Baixas apresentam uma boa amostra do que a Galiza têm de melhor para oferecer a todos aqueles que têm alergia ao sofá.
Alojada numa reentrância das Rias Baixas, unida por uma ponte de 2 quilómetros ao continente, a Ilha de Arousa alberga uma comunidade de pescadores que fazem do mar a fonte do seu sustento, e acolhem com hospitalidade qualquer ocasional visitante. Porque por vezes as palavras são escassas, ficam as do Torrada e Meia de Leite.
«Entre braços de terra e num colo de águas oceânicas encontrámos esta ilha galega. Do seu recorte nascem ambientes singulares e da sua Natureza assimilam-se odores, cores e sons tranquilizadores. A Ilha de Arousa casa com sabedoria o ser agitado e fresco do Atlântico com a familiaridade e brandura do continente. Se fugirmos do lado mais concorrido para guarda-sóis e toalhas, defronte aos montes galegos e nos embrenharmos nos trilhos ladeados por pinheiral, rumo a oeste, deparamo-nos com o lado mais sedutor da pequena ilha.
Aqui sujeitamo-nos mais ao temperamento e humores do oceano, inspirada pela calma das pequenas enseadas e pelas ofertas que as águas deixaram nas areias. De permeio, um ambiente distinto, o dos pinheiros altos e escultóricos, chão de caruma e pinhas abandonadas, dunas suaves e odor resinoso. Aqui e acolá sobreiros de pequeno porte acrescentam singularidade a este lugar.
Seguem-me os passos as aves que por ali se fixam ou descansam de outros voos, inspiro a essência de mar e de pinho, das algas naufragadas e das diversas plantas que atapetam o terreno. Os pequenos areais, com milhões de conchinhas brancas esmagadas pela erosão, convidam-me e não resisto a caminhar sobre eles. Ao largo, pequenas embarcações vão passando e adivinha-se a sua preciosa carga: peixe, marisco e bivalves. A tarde vai já no fim, as cañas mataram a sede e os pratos de mexilhões revelam o vazio das conchas negras amontoadas.»



Fica o registo fotográfico de um trilho circular em volta da Ilha, que permite desvendar o íntimo deste local singular, acessível a todos aqueles que gostam de caminhar...



... e como a Galiza é Celta, não se surpreendam se encontrarem um qualquer Festival da Amêijoa Roxa no meio do percurso, com um qualquer grupo de excelente qualidade a tocar num recinto onde se come tortilha, marisco, e se bebe um bom Alvarinho. Conta a lenda que as primeiros rebentos de Alvarinho chegaram à foz do rio Umia por mar, trazidos por monges na sua peregrinação a Santiago de Compostela.

Enfim, curiosidades do Caminho!

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