Florestas, lagos, rios, montanhas, aldeias, castelos, templos, cidades e serras, encontram-se cruzadas por caminhos antigos que unem gentes e geografias numa rede global primordial. Levantemos os olhos para o céu e encurtemos as distâncias que nos separam da realidade natural, percorrendo os trilhos pedestres de um mundo rico em cultura e biodiversidade que vale a pena descobrir passo a passo...
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
Cabreia e minas do Braçal 26/12/2010
No dia 26 de Dezembro de 2010 foi efectuado o percurso pedestre "Cabreia e minas do Braçal" perto de Sever do Vouga. Por ser altamente recomendável, ficam aqui algumas fotos deste trilho, acessível a todos aqueles que gostam de caminhar.
De acordo com o site usaralho.net:
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«Os percursos pedestres que acompanham cursos de água são de se fazer quando chove, logicamente. O PR2 Cabreia e Minas do Braçal é um percurso que só faz sentido se o rio Bom ou rio Mau, conforme a zona onde nos encontramos se encontrar cheio de força para dar mais encanto às cascatas que vamos encontrar.
É num desses pontos, a cascata da Cabreia que começa o percurso pedestre, em Silva Escura. Este percurso é divido em três mas só vamos falar do maior, PR2.3 com cerca de 10kms de extensão e aquele que passa pelas minas da Malhada e do Braçal.»
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De acordo com o folheto informativo do percurso, disponível no site da câmara municipal de Sever do Vouga:
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«O percurso inicia-se na Cascata da Cabreia e desenvolve-se pela zona envolvente, proporcionando a passagem dentro do perímetro do Complexo Mineiro da Malhada e Braçal.
Nestas minas era explorada a Galena ou Minério de Chumbo. O Braçal, a Malhada e o Coval da Mó constituíram um dos mais importantes centros mineiros do norte do pais.
A descoberta nestas minas de vestígios antigos leva à conclusão de que as mesmas já existiam, provavelmente do tempo dos Romanos. De 6 de Agosto de 1836 data a emissão do decreto concedendo campo da antiga mina do Braçal a José Bernardo Michelis. Em 1840 a concessão passou para o alemão Diéderich Mathias Fewerheerd que a explorou durante dez anos.
Em 1850 foi descoberta a mina da Malhada que dista da do Braçal cerca de 800 metros cujo poço principal o “Poço Mestre” tinha cerca de 400 metros de profundidade.
Iniciou-se uma nova fase em 1882 com a criação da Companhia Mineira e Metalúrgica do Braçal, formando-se em 1898 uma Companhia Belga que se propôs revitalizar as minas e modernizá-las.
Todo o complexo mineiro é banhado pelo rio Mau que passa neste local, formando esta linda cascata da Cabreia e que na zona mineira se encontra escondido, quase sempre canalizado em túneis.
Nos anos de 1862 e 1863 houve grandes manifestações populares contra as minas, porque se alegava que os fumos dos fornos prejudicavam as culturas.
Após alguns anos de paragem, a exploração mineira foi reactivada em 1942, terminando definitivamente em 1958.
De 1949 a 1955 chegaram a trabalhar neste complexo mineiro 742 operários, fazendo desta empresa uma das maiores do Distrito de Aveiro.
O encerramento das minas provocou um grave problema social que levou ao êxodo completo para a emigração em França e Alemanha.»
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De acordo com o site usaralho.net:
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«Ora vamos lá então ao caminho. A cascata da Cabreia em si é um lugar daqueles onde as pessoas vão de salto alto sem realmente se interessar pela natureza ou pelos percursos. É uma cascata com alguns moinhos, vestígios de rituais de bruxaria, um parque de merendas agradável. É portanto, um lugar agradável para se estar se ignorarmos os tais saltos altos.
Exactamente por ter escolhido esta altura do ano a cascata estava com uma força considerável projectando uma neblina contra as paredes do vale tornando-o verdejante. Também é um paraíso para os filtros de densidade neutra e velocidades baixas, fotograficamente falando.
O percurso deixa o parque e sobe a estrada em pedra até à estrada florestal que nos leva para o vale, seguindo o curso do rio. Sempre em frente e não tarda muito encontramos as minas da Malhada.
São apenas alguns de edifícios antigos que quase passam despercebidos, não fosse a arquitectura engraçada de um dos primeiros que encontramos à borda da estrada. Depois de explorado o edifício toca a andar.
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O PR2.2 separa-se por esta altura e o PR2.3 segue o rio por entre um bosque agradável (...)
Nas ruínas das minas do Braçal é deixar a imaginação funcionar. As casas dos operários estão abertas. Não tem nada a não ser papéis no chão. Mais uma vez, o melhor é ficar no trilho pois o estado de conservação destas casas, infelizmente, pode não aguentar com o nosso peso. Muitas têm vários pisos e uma queda a atravessar estes pisos não deve ser agradável. Esta zona poderia ser transformada num excelente complexo turístico, assim houvesse vontade e dinheiro. Mesmo assim serve para o paintball e para fotógrafos com jeito, suponho!(...)»
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